O Natal e o Ano Novo, para os cerca de 120 funcionários da fábrica de Laticínios Bom Gosto em Garanhuns, será de angústia, apreensão, medo e expectativa para não dizer desespero. Eles vivem um drama que se arrasta deste fevereiro de 2013, quando a LBR (Lactéos do Brasil), grupo do qual a Bom Gosto faz parte, entrou em recuperação judicial. Após um longo e intricado processo, a empresa esquartejou suas unidades e as vendeu para vários grupos do ramo de laticínios apurando mais de 500 milhões de reais.
A Bom Gosto em Garanhuns foi vendida à desconhecida ARC que a arrematou junto com o conjunto de outras plantas em várias cidades do país, mas, a notícia da compra, ao invés de trazer definições e respostas sobre o futuro de empregados e fornecedores, deixou estes mais angustiados e preocupados com o amanhã.
Desde setembro, a fábrica parou de produzir e acumula uma dívida de três milhões de reais junto a fornecedores e pecuaristas. Sem ter o que fazer, já que não há mais produção na unidade, os 120 funcionários da empresa em Garanhuns estavam indo ao trabalho, só para bater o ponto. "Estavam", porque em reunião no último dia 22 eles receberam a notícia de que o Grupo Nestlé havia arrendado todo a prédio da Bom Gosto e que todos seriam dispensados para ficar em casa, só devendo retornar à fábrica dia 05 de janeiro. Quando foi perguntado sobre a situação dos trabalhadores, os representantes da Nestlé em Garanhuns, disseram não saber de nada. Realmente não sabem pois o grupo apenas arrendou o local e as respostas devem sim serem dadas pela ARC e LBR, mas, desde que o processo de recuperação judicial se iniciou, nenhuma satisfação foi passada às dezenas de mães e pais de família que temem uma demissão em massa depois do dia 5 de janeiro.
Perguntas que não querem calar e precisam ser respondidas imediatamente pela Dona Arc e pela Dona LBR. Em uma das primeiras negociações entre as duas empresas, ventilou-se a possibilidade de os funcionários da LBR serem absorvidos pela ARC, inclusive, essa cláusula fez parte do primeiro contrato. Como se daria isso se houve o arrendamento? Se a ARC arrendou todo o prédio de Garanhuns, os funcionários da Bom Gosto serão aproveitados pela Nestlé, que já tem uma célula produtiva no mesmo prédio, ou irão para a rua da amargura iniciando 2015 sem seus empregos? É preciso resolver esse impasse de uma vez por todas, com transparência e sobretudo respeito a quem depende do seu emprego para sobreviver.
"É revoltante. Nos doamos a esta empresa e hoje, sequer podemos entrar mais no prédio. O que dói mais é não saber se ainda terei meu emprego depois de 5 de janeiro. Ninguém diz nada, ninguém fala nada e as festas de ano novo serão um misto de alegria e tristeza, disse um funcionário da Bom Gosto.
"É revoltante. Nos doamos a esta empresa e hoje, sequer podemos entrar mais no prédio. O que dói mais é não saber se ainda terei meu emprego depois de 5 de janeiro. Ninguém diz nada, ninguém fala nada e as festas de ano novo serão um misto de alegria e tristeza, disse um funcionário da Bom Gosto.
2014 foi um dos piores anos no nível de emprego em Garanhuns, desde 2002, quando os índices começaram a ser monitorados pelo Caged. As contratações têm acontecido, mas as demissões, muitas vezes, são maiores como aconteceu em junho e agosto, meses em que se demitiu mais do que contratou na cidade. A situação dos 120 funcionários da LBR Garanhuns pode aumentar ainda mais essa triste estatística. Torçamos para que nao.
Entrada da LBR em Garanhuns |
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