Parte da família de dona Maria Helena, a de máscara
O tema da fome tem sido recorrente na grande mídia nacional e mundial. Não é raro vermos no noticiário pessoas disputando restos de comida e fazendo fila para ganhar ossos despelados de boi. Neste domingo, 30 de janeiro, o El País, não a versão brasileira, mas a espanhola, abordou o tema tendo como pano de fundo, a situação de Dona Maria Helena da Silva. Ela tem 44 anos e, segundo o importante jornal, constantemente dorme sem comer nada por falta do alimento na mesa. Ela é uma matriarca que tem filhas, filhos e onze netos. Pequena e magra, Maria Helena suspeita que esteja doente, mas não pode se furtar a desempenhar as tarefas domésticas do dia que incluem lavar roupa durante três horas em um pequeno córrego perto de um quilombo onde mora.
Maria Helena e um dos seus netos em sua casa no quilombo Caluete em Garanhuns
"O mais difícil é a comida", lamenta a mulher falando ao El País em sua precária casinha de tijolos e chão de terra batida no quilombo Caluete, em Garanhuns. Não há água nem eletricidade. Ela ressaltou ao El Pais que não é todo dia que sua família vai para a cama com o estômago vazio, mas cada vez mais eles ficam sem café da manhã, almoço ou jantar.
Na matéria o jornal ainda ratifica que o debate da fome voltou ao Brasil, citando o país como o mais desigual do continente. O El País ainda associa cor e gênero à questão ao pontuar que a desigualdade da qual a publicação trata atinge mais mães solteiras ou negras .
"A maioria dos que comem menos do que deveriam são famílias chefiadas por mulheres negras ou mestiças, mulheres solteiras como as que vivem nesta comunidade", diz o jornal na matéria que foi assinada pela jornalista espanhola Nayara Galarraga Gortázar.
"Dona Maria e sua família vivem na incerteza diária, sem saber o que e quando vão comer. Suas vidas estão em um frágil equilíbrio. Basta que uma peça falhe para tudo desmoronar", diz o jornal.
No grupo de WhatsApp da associação de moradores do quilombo Caluete, em Garanhuns, os pedidos de ajuda se multiplicam. Quem pode doar doe, insiste a presidente, Dona Flor, 62 anos. A matéria ainda frisa o Auxílio Brasil como alento para aplacar a fome de Dona Maria e sua família, mas destaca que o dinheiro, devido à volumosa família não tem sido suficiente para alimentar todos.
A matéria completa você confere no link https://elpais.com/internacional/2022-01-30/la-pesadilla-de-acostarse-sin-cenar-vuelve-a-brasil.html
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