quinta-feira, 15 de maio de 2014

Termina a greve dos policiais militares em Pernambuco

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Em assembleia, PMs decidiram terminar a greve. Decisão não foi unânime
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

Do NE 10
Após três dias de braços cruzados, termina a greve da Polícia Militar e Bombeiros de Pernambuco. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (15) à noite, depois de assembleia tensa dos PMs, ao lado do Palácio do Campo das Princesas, área central do Recife. A paralisação começou na última terça-feira (13) e, nas últimas 48 horas, a população pernambucana viveu um verdadeiro clima de guerra, com tanques do Exército circulando nas ruas da Região Metropolitana do Recife. O fim da greve não foi unânime, mas os soldados devem voltar ao trabalho na noite desta quinta.


A decisão foi tomada minutos depois do fim da coletiva que reuniu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), e o governador de Pernambuco, João Lyra (PSB), para definir a intervenção do governo federal  na segurança do Estado durante a greve.

A categoria conquistou quatro pontos considerados emergenciais. São eles: incorporação de gratificação por risco de morte ao salário base, beneficiando ativos e inativos; reformulação do plano de cargos e carreiras a partir da próxima segunda-feira (19), com a criação de uma comissão que irá avaliar junto aos deputados estaduais as promoções na categoria; reestruturação do Hospital da Polícia Militar e criação de unidades de saúde para a categoria no interior do Estado; além da promessa do governo estadual de que o aumento salarial voltará a ser debatido na primeira semana de janeiro de 2015, após os impedimentos causados pela lei de responsabilidade fiscal e lei eleitoral.

Apesar de aprovado, o fim da greve não foi pacífico entre os integrantes da categoria. Um pequeno grupo mais exaltado seguiu na frente do Palácio do Campo das Princesas, onde a negociação foi realizada, gritando que os líderes do movimento eram covardes por terem encerrado a paralisação. A insatisfação se dá, principalmente, porque mesmo após as conquistas alcançadas, os policiais militares e bombeiros não terão um aumento salarial real após a greve. Outra reclamação é de que o fim da greve não foi votado em assembleia mas sim anunciada pelas lideranças da manifestação.

Sobre uma nova negociação salarial, prevista para a primeira semana de janeiro de 2015, os líderes sindicalistas garantem que se a promessa do governo não for cumprida, a categoria voltará a se mobilizar. Inicialmente, o pedido da classe é de que haja um aumento de 50% no subsídio dos praças e 30% para os oficiais, além do reajuste de R$ 150 para R$ 500 do vale alimentação. O tema não pôde ser debatido porque o Estado é impedido de oferecer reajustes salariais faltando menos de 180 dias para as eleições, que ocorrem em outubro.



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