Cabeçada de Tiago Silva e defesa do goleiro mexicano: Muralha |
Brasileiros e mexicanos não mereciam um empate por 0 a 0. O resultado da partida entre Brasil e México, nesta terça-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza, pela segunda rodada do Grupo A da Copa do Mundo, foi até justo pelo que as equipes mostraram dentro de campo. Mas pelo que os torcedores fizeram na arquibancada, ir embora para casa sem a vibração ímpar de um gol talvez tenha sido uma injustiça muito grande. Quem estava de verde pode culpar a falta de pontaria. E quem estava de amarelo só tem um nome para apontar como culpado: Ochoa. O goleiro parou a Seleção.
As três defesas do mexicano em conclusões de Neymar e numa cabeçada de Thiago Silva foram decisivas para o placar não ser alterado. Um show à parte, à altura daquele protagonizado pelos torcedores na arquibancada da Arena Castelão.
O desafio na arquibancada já estava lançado havia tempos, desde que os portões do Castelão foram abertos. Restava saber como os jogadores se comportariam dentro de campo, tamanha a agitação dos torcedores. Destemido, o México foi para o ataque nos primeiros minutos. Foi também para cima de Neymar, caçado pelos rivais.
A iniciativa mexicana fez a Seleção, ainda lenta, buscar rapidez. Dependente das boas jogadas de Neymar ou das armadas por Oscar, o Brasil chegou com perigo aos dez minutos. O meia recebeu de Marcelo e tocou para Fred finalizar. A bola bateu na rede pelo lado de fora e enganou o auxiliar – ele chegou a correr para o meio como se sinalizasse gol, mas depois marcou impedimento
Enquanto mexicanos e brasileiros disputavam grito a grito e hegemonia da arquibancada, dentro das quatro linhas o Brasil cresceu de produção. Mas ainda longe de levar muito perigo a Ochoa. No primeiro lance mais agudo, o goleiro mexicano protagonizou uma das defesas mais lindas da Copa até aqui, após cabeçada de Neymar.
Sem Hulk, poupado por causa de um problema na coxa esquerda, Felipão iniciou com Ramires pelo lado direito do ataque. Mas o inverteu com Oscar na metade final do primeiro tempo. Ficou claro, no entanto, que faltava algo à Seleção. Monotemático, o México só arriscava de longe. Também faltava algo.
Ao menos no primeiro tempo, a criatividade dos torcedores na arquibancada não transferiu para dentro de campo o mesmo clima.
Alegria se transforma em frustração
Para que a euforia da torcida se fizesse presente dentro do gramado, Felipão apostou no garoto que, segundo ele, tem "alegria nas pernas". Bernard entrou na vaga de Ramires no intervalo. Logo em seu primeiro lance, o atacante fez a massa verde-amarela se levantar. Mas sua arrancada, seguida de cruzamento para Neymar, não deu certo.
Não deu certo também a tentativa do Brasil de pressionar o México. Pelo contrário. Foi o time adversário que empurrou a Seleção para o campo de defesa. Mesmo que com sua única jogada de perigo (o chute de fora da área), os mexicanos fizeram Felipão parar com os braços cruzados na área técnica e olhar de reprovação ao time.
Foi preciso uma cobrança de falta para dar fôlego novamente ao Brasil. Aos 17 minutos, depois de incômoda pressão mexicana, Neymar bateu colocado, assustando Ochoa. Era preciso mais. Felipão, então, resolveu mudar o centroavante: saiu Fred para a entrada de Jô. Aplausos e vaias se misturaram na saída do camisa 9.
Na base da correria, a Seleção continuou tentando. Mas parou em Ochoa. De novo. O goleiro mexicano defendeu outro chute de Neymar e frustrou a torcida cearense. Sozinho diante do camisa 1, Jô se precipitou ao receber de Bernard livre dentro da área e concluiu torto.
Felipão fez a última substituição, trocando Oscar por Willian. Mas Ochoa continuou em campo e parando a Seleção. Aos 40, buscou outra cabeçada certeira, de Thiago Silva, em cobrança de falta pela ponta de Neymar. E os mexicanos ainda assustaram a torcida brasileira duas vezes antes do apito final, em chutes cruzados de Guardado e Jiménez. Mas Julio César também apareceu bem.
GE
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