Imagem meramente ilustrativa |
Imagina você, leitor ou leitora, morar em uma cidade com cerca de 130 mil habitantes, que tem vários hospitais públicos e particulares, alguns precários, é bem verdade, mas que funcionam regularmente. Nessa mesma cidade nasceu, construiu sua vida, paga seus impostos e eis que chega um grande dia, a chegada de um novo ser. Aí, você espera que o poder público municipal ou estadual, "pelo menos", possa assegurar uma assistência decente e um nascimento seguro para seu filho.
Foi movida por esta esperança que uma gestante em trabalho de parto se dirigiu até o Hospital Infantil Palmira Sales, em Garanhuns, na madrugada desta segunda-feira, (28). Lá, ela foi informada que não poderia ser internada para que desse à luz, pois não havia médico obstetra. Nervosa, foi deslocada pela família até o Hospital Dom Moura mas, pasmem, no local também não tinha obstetra. Foi aí que o nervosismo deu lugar ao medo, a angústia, a indignação contida e não restou outra alternativa à família senão acionar o Samu, que levou a grávida às pressas para Caruaru, onde ela finalmente pôde ter seu filho.
Justiça seja feita, a situação acima é exceção. Segundo uma fonte, às vezes falta ortopedista, clínico-geral, anestesista mas, obstetra, no Dom Moura e Palmira Sales sempre tem. Só que para a nossa grávida, o "sempre" não funcionou e ela viveu uma noite de agonia enquanto alguns gestores diretamente envolvidos com o problema, um dia antes, curtiam a última noite de Festival de Inverno. Festival este, belíssimo, em que foram investidos 12 milhões de reais. Não somos contra tal investimento, pelo contrário, o FIG deve ser cada vez mais valorizado, entretanto, uma cidade que realiza um dos eventos de maior diversidade cultural da América Latina merece também uma atenção e cuidado maior com as suas gestantes e com o bem estar da população de um modo geral.
O serviço de saúde pública de Garanhuns, ao menos para a principal personagem desta história, não funcionou naquele dia e, se não fosse a eficiência do Samu, o desfecho poderia ter sido bem pior. REFLITAMOS
O serviço de saúde pública de Garanhuns, ao menos para a principal personagem desta história, não funcionou naquele dia e, se não fosse a eficiência do Samu, o desfecho poderia ter sido bem pior. REFLITAMOS
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