terça-feira, 29 de julho de 2014

Mulher é socorrida em trabalho de parto para Caruaru por falta de obstetra em Garanhuns

Imagem meramente ilustrativa

Imagina você, leitor ou leitora, morar em uma cidade com cerca de 130 mil habitantes, que tem vários hospitais públicos e particulares, alguns precários, é bem verdade, mas que funcionam regularmente. Nessa mesma cidade nasceu, construiu sua vida, paga seus impostos e eis que chega um grande dia, a chegada de um novo ser. Aí, você espera que o poder público municipal ou estadual, "pelo menos",  possa  assegurar uma assistência decente e um nascimento seguro para seu filho. 

Foi movida por esta esperança que uma gestante em trabalho de parto se dirigiu até o Hospital Infantil Palmira Sales, em Garanhuns, na madrugada desta segunda-feira, (28). Lá, ela foi informada que não poderia ser internada para que desse à luz, pois não havia médico obstetra. Nervosa, foi deslocada pela família até o Hospital Dom Moura mas, pasmem, no local também não tinha obstetra. Foi aí que o nervosismo deu lugar ao medo, a angústia, a indignação contida e não restou outra alternativa à família senão acionar o Samu, que levou a grávida às pressas para Caruaru, onde ela finalmente pôde ter seu filho.

Justiça seja feita, a situação acima é exceção. Segundo uma fonte, às vezes falta ortopedista, clínico-geral, anestesista mas, obstetra, no Dom Moura e Palmira Sales sempre tem. Só que para a nossa grávida, o "sempre" não funcionou e ela viveu uma noite de agonia enquanto alguns gestores diretamente envolvidos com o problema, um dia antes, curtiam a última noite de Festival de Inverno. Festival este, belíssimo, em que foram investidos 12 milhões de reais. Não somos contra tal investimento, pelo contrário, o FIG deve ser cada vez mais valorizado, entretanto, uma cidade que realiza um dos eventos de maior diversidade cultural da América Latina merece também uma atenção e cuidado maior com as suas gestantes e com o bem estar da população de um modo geral.

O serviço de saúde pública de Garanhuns, ao menos para a principal personagem desta história,  não funcionou naquele dia e, se não fosse a eficiência do Samu, o desfecho poderia ter sido bem pior. REFLITAMOS





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