O Diário Oficial da União publicou em sua edição deste dia 25 o reconhecimento pelo Governo Federal do decreto que declara situação de emergência em 68 municípios pernambucanos, mas causa-nos estranheza ver Garanhuns figurar na lista. O município está sendo contemplado por um bom inverno e as duas barragens que abastecem a cidade estão praticamente cheias. Por que então declarar estado de emergência devido a seca se esta, pelo menos até agora, não nos assola? E sabido que com o decreto de situação de emergência aprovado, o poder público municipal tem algumas facilidades legais para contratar sem licitação. São as famigeradas dispensas que só prejuízos causam ao cidadão, já que o ente público pode adquirir alguns bens e serviços sem licitação encarecendo o custo dos mesmos. Esses burocratas de gabinete que ficam lá em Brasília deveriam visitar todos os municípios constantes do decreto de emergência por estiagem. Alguns, fazem jus, outros não.
A indústria da seca já suga uma fatia considerável de recursos públicos. O abastecimento de água com carros-pipas em algumas cidades do sertão e agreste, apesar de eficiente, é um serviço caríssimo, paliativo e vicioso. O certo seria investir em soluções permanentes como aquisição de dessalinizadores, perfuração de poços e construção de adutoras, mas os governos preferem empurrar com a barriga.
Tudo isso a que nos referimos, diz respeito a cidades do sertão do estado. Estas sim, severamente castigadas pela estiagem. Em Garanhuns não há de se falar em seca no atual momento. Talvez daqui a 3 ou 4 meses fosse de fato necessário decretar a situação de emergência no município, mas agora não.
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