Tico Santa Cruz (Detonautas) presta homenagem a Celso Blues Boy no Garanhuns Jazz Festival 2015 |
Em 2011, Tico Santa Cruz (Detonautas) conheceu Celso Blues Boy na van que trazia os dois para participar do Garanhuns Jazz Festival. Tornaram-se amigos, e Tico fez o convite para Celso gravar um disco, no estúdio de Fábio Brasil, no Rio. Convite aceito. Celso Blues Boy não gravava álbum de estúdio desde 1999 (em 2008, lançou um DVD, com o registro de um show no Circo Voador). O álbum chamou-se Por um monte de cerveja. Foi o ultimo disco de Celso Blues Boy, que morreu em 2012, em Florianópolis, em consequência de um câncer na garganta. Tico Santa Cruz contou o episódio da van, durante o tributo que prestou, com sua banda, ao pioneiro do blues brasileiro, no show que fechou a terceira noite do Garanhuns Jazz Festival.
Com uma temperatura amena de 21 graus, baixando para 19 na madrugada, a platéia recebeu muito bem o blues Vinho vermelho, faixa de Por um monte de cerveja, cantada por Tico Santa Cruz, entre outras canções pinçadas do repertório de Celso Blues Boy. Boa parte do público era de fãs do cantor, ou seja, dos Detonautas, uma das últimas bandas bem sucedida no rock nacional.
O GJF manteve o padrão de qualidade cumprindo o papel de oferecer ao público novidades no jazz o u no blues, nacional ou estrangeiro. Foi o caso ontem do André Togni Trio, grupo de Brasília (DF) ainda pouco conhecido no Nordeste, que fez sua estreia no Garanhuns Jazz Festival, aplaudido de pé.
Entre composições alheias, e autorias (assinadas por André Togni), o grupo faz jazz contemporâneo, refinado e sutil, conquistando a plateia aos poucos. O baterista André Togni, líder da banda, exemplifica bem o low profile da banda. Seu kit de bateria é básico, e ele compensa isto com uma técnica aprimorada, sobretudo nos temas autorais como Pombal e Fora do eixo. O concerto foi aberto e fechado com músicas de Milton Nascimento, Travessia (com Fernando Brant), e Vera Cruz (com Marcio Borges). Uma das características do GJF é o elemento surpresa. Assim como aconteceu no sábado com o blueseiro Marquise Knox, que ninguém conhecia, ontem se repetiu com Willie Walker, até então outro ilustre desconhecido.
No falar manso, a na pequena estatura, ele lembra o grande repentista Zé Vicente da Paraíba. O que este tinha de talento no improviso, Walker tem na voz, que se assemelha a estrelas do soul, como Otis Redding ou Wilson Pickett, desfiou uma série de clássicos do soul, e rhythm and blues, como por exemplo, na impecável interpretação de A change is gonna come, de Otis Redding, ou Let’s stay together, de Al Green
Acompanhado pela Igor Prado Band (SP), Willie Walker , assim como André Togni, momentos antes, ganhou o público aos poucos. É muito comum nos Garanhuns Jazz Festival americanos ou brasileiros, repassarem clássicos manjados do blues, Willie Walker cantou também clássicos da soul music, porém mais conhecidos apenas de admiradores do gênero. E ganhou o publico pela força da interpretação. O franzino Willie Walker solta o maior vozeirão sem o menor esforço, e vai dos tons altos ao falsete na medida certa para uma baladas soul, de melodias que exigem um balanceamento de sentimento e técnica.
Mas o GJF começou pela manhã, com workshop do baterista americano John Macaluso, estendeu-se pela tarde com shows do guitarrista Lancaster e da Breakdown Blues Band (PE), no palco Pau Pombo, que também vem recebendo um bom público. e onde sempre rola brodagem, na jam session que fecha a programação de cada tarde. O
Garanhuns Jazz Festival, que tem entrada franca, termina hoje com a seguinte programação:
Workshops – 10:30
Oficina de bateria com André Togni
Oficina de guitarra com jennifer Batten
Palco Pau Pombo
15:00 – Andre Togni(DF)
16:00 – Orlito jazz Band(PE)
17:00 – Jam session
Palco Ronildo Maia Leite Praça Meste Dominguinhos
21:00 – Raphael Wressnig(AUT) & Igor prado Band(SP)
22:00 – Ivan Lins(RJ) & Leonardo Amuedo(URY) com Ricardo Lopes Trio(AL)
23:00 – Guitar Night, com Lancaster(SP), John Macaluso(USA), Jennifer Batten(USA), Marcos Cabral(PE), Karl Dixon(USA), Carlos Bala(AL) e convidados.
Confiram um trecho do tributo a Celso Blues Boy por Tico Santa Cruz:
Do Jornal do Commercio
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