sábado, 28 de fevereiro de 2015
Polícia prende avó e pai de criança sobrevivente de chacina que deixou 3 conselheiros tutelares mortos em Poção/PE
A Polícia Civil prendeu na sexta-feira (27) duas pessoas que teriam mandado matar uma idosa e três conselheiros tutelares em Poção, no Agreste pernambucano. Os suspeitos são Bernadete de Lourdes Britto Siqueira Rocha, de 52 anos, e José Cláudio de Britto Siqueira Filho, de 32 anos, respectivamente a avó e o pai da criança que sobreviveu à chacina.
As prisões valem por 30 dias e foram anunciadas em nota oficial da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) neste sábado (28). A assessoria de imprensa da pasta comunicou que foi preso ainda um homem de nome e idade não informados que seria um dos executores do crime. “Esclarecemos que a Polícia Civil continua em diligências com o escopo de concluir o inquérito policial e que ao final das investigações haverá coletiva à imprensa em data ainda não definida. A investigação continua sob sigilo”, destaca este departamento.
Entenda o caso
O crime ocorreu no dia 6 de fevereiro. As vítimas estavam em um carro do Conselho Tutelar do município com uma menina de 3 anos, única sobrevivente. Eles vinham da casa da avó paterna da criança, situada em Arcoverde, no Sertão, a cerca de 70km de Poção.
Segundo o avô materno, João Batista, as famílias dividiam a guarda da criança. O pai e a avó paterna cuidavam dela durante a semana e, nos fins de semana, a menina ficava com os avós maternos.
A senhora que morreu na chacina era Ana Rita Venâncio, esposa de João Batista e avó da criança.
As primeiras informações obtidas pela Polícia Militar apontam para uma emboscada contra as vítimas, na estrada do Sítio Cafundó, por onde os cinco passavam de carro. “Primeiro, atiraram no motorista, depois nas mulheres que estavam no banco de trás e à queima roupa em um deles [conselheiro] que tentou escapar”, informou a PM ao G1.
Os conselheiros eram Carmem Lúcia da Silva, de 38 anos, José Daniel Farias Monteiro, de 31, e Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, de 54. Uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) de Caruaru esteve no local e recolheu os corpos.
Inicialmente, havia a informação de que a criança teria sido ferida à bala na confusão, mas, no hospital, informaram que o sangue que a sujava não era dela. A menina está em um local não divulgado, por questão de segurança.
O avô materno disse que, no dia do crime, a avó e o pai mudaram repentinamente o horário que eles costumavam pegar a menina para passar o fim de semana. “A gente era para pegar a criança às 11h30 no colégio e entregar na segunda, de 7h30. Só que, essa semana, eles mesmo mudaram. (…) Mudou para gente ir pegar de 17h”, relata. Segundo ele, há mais de dois anos as famílias compartilham a guarda da criança.
A PM comunicou, no dia 7, que nem o pai nem a avó paterna foram localizados. A mãe da criança já é falecida, segundo a corporação.
Várias equipes à disposição
O governo do estado designou várias equipes da Polícia Civil especializada em homicídios, cada uma com um delegado, para apurar o caso. “Todo o efetivo da Polícia Militar da região se encontra à disposição da Polícia Civil para eventuais diligências que contribuam para o esclarecimento do caso. A determinação expressa do governador Paulo Câmara é que o crime seja rapidamente elucidado e para isso recomendou todos os esforços do estado”, ressaltou a assessoria de imprensa do governo de Pernambuco.
Do G1 Caruaru
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