O novo índice de correção vale a partir do próximo dia 29 para cerca de 3,4 milhões de consumidores no estado, segundo a Aneel
Os pernambucanos vão pagar mais caro pela energia elétrica que consomem. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou, na manhã desta quarta-feira (22), em Brasília, um reajuste médio de 11,25% nas tarifas cobradas pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Na reunião que tratou sobre a correção, o percentual foi aceito por unanimidade entre os técnicos da agência que acompanharam a votação. O novo índice de correção vale a partir do próximo dia 29 para cerca de 3,4 milhões de consumidores no estado, segundo a Aneel.
O percentual foi superior ao que os técnicos do setor energético calculavam, entre 7% e 10%, baseado em reajustes concedidos às outras concessionárias de energia que operam na Região Nordeste, a exemplo das distribuidoras Coelba (Bahia) e a Cosern (Rio Grande do Norte), que também pertencem ao Grupo Neoenergia, dono da Celpe. Na reunião de hoje, ficou definido que o reajuste médio autorizado foi de 10,91% para os consumidores de alta tensão e 11,44% para os de baixa tensão. Os clientes atendidos em baixa tensão representam 99% do total da empresa e incluem os residenciais.
Com mais este reajuste, a expectativa agora é de que outros setores econômicos, como indústria e comércio, também repassem o aumento de serviços ao consumidor. A conta de energia elétrica, inclusive, tem sido um dos itens que mais têm contribuído para o aumento da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPC-A), ao lado dos combustíveis. Especialistas dizem, no entanto, que o cenário pode se agravar, já que este pode não ser a última correção das distribuidoras este ano.
Os reajustes tarifários anuais estão previstos no contrato de concessão das distribuidoras, segundo a Aneel. São mecanismos de correção monetária e também de atualização dos custos não gerenciáveis pela distribuidoras, como os referentes à compra da energia junto aos geradores, custos de transmissão e encargos setoriais.
Além dos valores de tarifas fixados pela Aneel, são cobrados na conta de energia, ainda, os impostos (ICMS, PIS e COFINS) e as bandeiras tarifárias. Conforme definido pela administração municipal, também é cobrada na conta de energia a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), tributo repassado pela Celpe diretamente para as prefeituras municipais, que são as responsáveis pelos serviços de projeto, implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação pública.
Os encargos setoriais e impostos continuam tendo grande participação nos custos da tarifa de energia elétrica, segundo a Celpe, representando 37,2% do valor tarifário. Despesas com a compra e transmissão de energia respondem por 40,8%. Cabe à Celpe os 22% restantes para cobrir os custos de operação, manutenção, administração do serviço e investimentos. Por exemplo, para uma conta de luz cujo valor é R$ 100, R$ 22 ,em média, ficam com a Celpe para operar e expandir todo o sistema elétrico no estado.
Além da energia, os pernambucanos podem pagar mais caro também pela água. É provável que com este aumento nas tarifas de energia cobradas pela Celpe, a conta de água também sofra uma correção. Em março, as tarifas cobradas pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) foram corrigidas em 8,75%. O presidente da Compesa, Roberto Tavares, disse que a companhia só iria avaliar um novo reajuste nas tarifas de água após a correção autorizada pela Aneel para a Celpe. O alto consumo de energia é uma das principais despesas da Compesa.
Do Diário de Pernambuco
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