sexta-feira, 17 de abril de 2015
Professores ignoram decisão da Justiça para voltar às salas de aula e mantêm greve em PE
Os professores pernambucanos decidiram por unanimidade, em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (17), continuar com a greve deflagrada no último dia 10. A decisão foi tomada mesmo depois de o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do estado (Sintepe) receber a liminar da Justiça, divulgada na quarta-feira (15), que considera a greve abusiva e determina a suspensão imediata do movimento. O desembargador Jovaldo Nunes atendeu a um pedido do Executivo Estadual.
A decisão judicial foi entregue ao presidente do Sintepe, Fernando Melo, minutos antes da assembleia, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Além de determinar a volta ao trabalho, a liminar estabelece uma multa diária de R$ 30 mil para cada dia de desrespeito à decisão. A notícia revoltou os docentes presentes, que votaram pela continuidade do movimento. "A greve continua e se apoia na forte adesão dos últimos dias porque nossa única reivindicação não foi cumprida. Queremos que o governo cumpra a lei do piso e do plano de cargos e carreiras", explicou o presidente do Sintepe.
Após a assembleia, um grupo de 500 professores e alunos, segundo o Sintepe, saiu em caminhada pela Avenida Cruz Cabugá, em direção à Vice-governadoria. Uma comissão formada por oito pessoas, entre elas o presidente do sindicato, Fernando Melo, e diretores da entidade, foi recebida pelo vice-governador, Raul Henry.
Na reunião de aproximadamente 45 minutos, a categoria apresentou algumas reivindicações -- reajuste de 13,01% para todos os professores, rediscussão do plano de cargos e carreiras e melhoria da infraestrutura das escolas -- e, de acordo com o Sintepe, Henry disse que as encaminharia ao governador Paulo Câmara. A assessoria de comunicação da Vice-governadoria, no entanto, informou que Raul Henry se comprometeu a levar as reivindicações aos secretários de Educação e Administração, que são as pessoas designadas pelo governo para lidar com essa negociação.
Nos próximos dias, a categoria pretende percorrer as escolas que ainda estão funcionando para conversar com os professores que ainda não aderiram ao movimento. Já nas próximas quinta e sexta-feiras (dias 23 e 24), o Sintepe vai organizar uma caravana para pressionar o governador Paulo Câmara durante os seminários realizados no interior do estado pelo programa Todos por Pernambuco. Os encontros devem acontecer em Timbaúba, na quinta, e em Palmares, na sexta. No dia 27 de abril, os professores voltam a se reunir em assembleia para definir os novos rumos do movimento.
Adesão
Segundo o Sintepe, a greve está forte em todo o Estado, atingindo 70% da classe. A adesão seria total em cidades como Salgueiro, Petrolina, São Bento do Una, Gravatá e Surubim.
Em nota divulgada no começo da noite, o governo do estado afirma que 52% das escolas tiveram funcionamento normal nesta sexta, 39% aderiram parcialmente e 9% aderiram totalmente à greve. "A Secretaria de Educação do Estado reforça a solicitação de que os pais e responsáveis encaminhem os estudantes para as escolas a fim de voltarem à normalidade das aulas", diz o texto.
Com informações do G1 PE
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