O promotor de Justiça em Garanhuns Alexandre Bezerra afirmou, nesta terça-feira (26), que o futuro do Agreste é preocupante diante de tanta insegurança e da falta de atenção e de condições de trabalho para quem atua no combate à violência.
A declaração foi feita durante audiência pública promovida em Garanhuns pelo governo do estado para debater a questão.
Segundo ele, os policiais são mal qualificados e mal remunerados, não são reconhecidos e estão desmotivados.
“As viaturas estão sucateadas. Um único delegado responde por três delegacias”, afirmou.
O próprio secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, informou, na semana passada, que 70 dos 185 municípios pernambucanos estão sem delegado.
Bezerra condenou ainda a desorganização do evento para o qual o Ministério Público de Garanhuns – assim como prefeitos e deputados – não foi convidado ou informado.
“Não se pode conversar sobre segurança sem a presença da sociedade, da Assembleia Legislativa e de prefeitos. Não se sabe se essa falta de convite foi um desrespeito, uma desatenção ou apenas um erro”, frisou, acrescentando que ficou sabendo da audiência por meio de blogs.
“Temos que voltar à estaca zero, uma vez que a reunião proposta pela Secretaria de Defesa Social, mesmo sendo uma boa iniciativa, não teve representação suficiente para discutir segurança”, disse, deixado o clima tenso diante do secretário-executivo de Defesa Social, Rodrigo Bastos, que foi até Garanhuns representando o governo.
A falta de comunicação também foi criticada pelo deputado Álvaro Porto (PTB), representante do Agreste na Assembleia. Vice-líder da oposição, o petebista tem cobrado em pronunciamentos e reuniões – já esteve com Alessandro Carvalho – ações do governo do estado para o enfrentamento da violência que só cresce no Agreste.
Só no último fim de semana, o vice-prefeito de Angelim foi sequestrado, uma viatura da Polícia Militar foi incendiada em Lajedo, um assalto levou medo à zona rural de Iati e foram registrados assassinatos em Garanhuns e Belo Jardim.
Na audiência pública, Porto fez questão de parabenizar as forças policiais que se desdobram para cumprir sua função, mesmo com pouca estrutura. Ele voltou a afirmar ser inaceitável que uma única viatura com dois homens cubra três municípios.
Ao final do evento o secretário-executivo Rodrigo Bastos acabou se desculpando pela falta de divulgação da reunião. No entanto, não deu resposta positiva às solicitações feitas por líderes e prefeitos que integram a Comissão de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam): criação de Polícia Científica em Garanhuns, de uma unidade de Instituto Médico Legal e de um setor de inteligência regional.
Bastos informou que antes de instalar esses departamentos em Garanhuns é preciso finalizar obras que estão com cronograma atrasado em outras cinco cidades. Também afirmou que o efetivo será aumentado, mas não disse quando.
Do NE 10/Blog do Jamildo
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