Santa Cruz venceu o Salgueiro no Arruda com gol solitário de Anderson Aquino e levanta taça de campeão pernambucano de 2015 |
Pernambuco voltou a se pintar de preto, branco e vermelho. O Santa Cruz é o campeão estadual de 2015. Jogadores subestimados ou de brilho intermitente, mas que se mostraram valentes operários, levaram o clube do povo novamente ao caminho dos títulos. A equipe sem estrelas, que não se assustou com um início desastroso na competição, cresceu na hora certa. Foi das críticas à redenção, num ciclo que fechou caprichosamente neste domingo. Com sofrimento, suor e choro nas arquibancadas do Arruda, os corais venceram o Salgueiro em uma final inédita. O gol solitário de Anderson Aquino derreteu os corações de uma massa apaixonada. Pernambuco é tricolor.
O grande timoneiro do título coral foi o técnico Ricardinho. Campeoníssimo como jogador, chegou no clube sob desconfiança com a missão de remontar um elenco despedaçado depois de um centenário desastroso, em 2014. Repetiu a fórmula de anos vitoriosos do Santa Cruz e formou um grupo barato. A equipe foi logo alvo de desconfiança até pelo mais otimistas torcedores. Não escapou das constestações quando vieram as primeiras derrotas. O time nunca se notabilizou por jogar bonito, é verdade. Mas, sim, pela eficiência e aplicação de atletas que brigaram por cada centímetro de grama. Também por algumas doses de sorte. Sorte de campeão.
Começou frio o segundo tempo. O Arruda esfriou junto. Os 90 minutos finais, porém, reservariam momentos de alívio e extrema alegria à torcida do Santa Cruz. Aos 25, Anderson Aquino, que havia acabado de furar uma bola no lance anterior, quando acabou sendo hostilizado pelos torcedores, não se abateu com as vaias. Logo depois, arriscou um chute de fora da área. Caprichosamente, a bola morrreu no canto esquerdo de Luciano. Gol. O gol do título. O Mundão explodiu de emoção. Pouco a pouco, ambos os times foram se desorganizando taticamente. Um armou-se para atacar a todo custo. O outro, para não deixar a conquista escapar. O Salgueiro, no entanto, esbarrava em suas próprias limitações. Não acertou nada na criação. A vitória coral foi inquestionável.
Não dá para esconder que campanha do Santa Cruz no PE2015 foi longe da perfeição. Com 57,1% de aproveitamento, acabou sendo o campeão com piores números em todas as 101 edições do Estadual. O ângulo matemático, frio por natureza, não cabe aqui. O feito dos corais é bem maior que qualquer número gélido. Pergunte a qualquer tricolor se ele se importa com estatísticas. Se ele se importa se o título não foi sobre um rival da cidade. As respostas serão negativas. Estão certos. Agora, se envaidecem de carregar a hegemonia nos últimos cinco anos em Pernambuco. Orgulham-se de ser os melhores desta década no Estado. A volta olímpica no Arruda foi só o começo de uma festa que parece não ter hora para acabar.
Fonte - Superesportes
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