Aproximadamente 700 pessoas participaram do ato em Garanhuns
Ainda anestesiada pelo desfecho trágico do desaparecimento da dona de casa Patrícia da Silva Pereira, 31 anos, morta pelo seu ex-marido, José Cláudio Marques de Siqueira, Garanhuns se mobilizou na manhã desta sexta-feira (07/08) em uma caminhada de combate à violência contra mulheres. A manifestação, batizada de Caminhada Dia D, encerrou a II Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa, que teve início na segunda-feira (03). A Secretaria da Mulher de Garanhuns, estudantes, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Regional, Central de Apoio às Penas Alternativas (Ceapa), Poder Judiciário, servidores do INSS e o movimento “Mulheres bem-vindas” participaram do ato que fortaleceu a causa do enfrentamento à violência contra as mulheres. Quase 700 pessoas participaram da ação.
Saindo do Fórum Ministro Eraldo Gueiros Leite, os participantes seguiram em direção ao Palácio Celso Galvão – sede da Prefeitura. Durante todo o percurso, gritos de guerra e apitos foram ouvidos em favor das mulheres e contra atos de violência. Homens e mulheres vestiram a causa e mostraram total apoio ao movimento também com faixas e cartazes, escritas com frases do tipo: “Não existe violência maior que a de não permitir alguém de crer no futuro”; “Não me dou o respeito porque ele é meu por direito”; “Homem que bate em mulher machuca a família inteira”, “A violência é o último refúgio da incompetência”, entre outras.
A II Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa foi uma realização do Poder Judiciário em parceria com a Secretaria da Mulher de Pernambuco (SecMulher-PE), Secretaria da Mulher de Garanhuns, Creas Regional e Ceapa.
DO V&C: O ato de hoje se reveste de importância porque serve para conscientizar as mulheres que sofrem violência doméstica de que elas não estão só e que a sociedade pôs a disposição delas um conjunto de medidas e de instituições que estão engajadas em prol da proteção e do acolhimento das vítimas desse tipo de crime que, em Garanhuns, tem virado uma verdadeira epidemia.
É bem verdade que ainda há muito a se fazer pois nem sempre o fato de a agredida procurar proteção nos órgãos competentes a livra da triste sina de ser espancada, mutilada e até morta por aquele que um dia jurou protegê-la e amá-la.
Não conseguimos salvar Patrícia porque a lei ainda é benevolente com quem bate em mulher. Em alguns casos, como o de José Cláudio, o agressor paga uma fiança e volta a transgredir. Quem sabe, corrigindo os erros e endurecendo a pena para os agressores, não possamos salvar outras vítimas que nesse momento estão sob o jugo de seus algozes. É O QUE ESPERAMOS
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