Gustavo Ramos Marque |
Após um final de semana em que viu seu sonho de ingressar no Curso de Publicidade e Propaganda ruir como um castelo de cartas, o estudante Gustavo Ramos Marques, mais calmo, porém não menos indignado, conversou com o V&C sobre o episódio ocorrido no Colégio Santa Sofia, durante o segundo dia de provas do Enem em Garanhuns.
Ele foi eliminado do exame após um fiscal apreender a folha de rascunhos que todo candidato recebe para a realização de cálculos. O confisco foi feito sob a alegação de que o estudante estaria consultando fila na hora da prova. O problema é que, o que Gustavo se pôs a rabiscar no rascunho, era simplesmente as fórmulas decoradas após muitos dias e noites, em claro, de estudo. Como o caderno de questões ainda não havia sido entregue, e como as fórmulas saíram da sua cabeça, e não de algum objeto que contivesse fila, é de se supor que a infeliz decisão de eliminar o candidato antes que o exame começasse foi absurdamente equivocada. Ciente que estavam sendo vítimas de um erro crasso, a família do jovem fez um BO na delegacia e acionou a Justiça. O objetivo é obter uma liminar que devolva a Gustavo o direito de fazer uma nova prova.
"Depois que tomaram a folha de rascunhos fui encaminhado para a sala da coordenação. Eu passei por uma pressão psicologia tremenda. Vários fiscais me cercaram. Fui coagido a assinar o termo de eliminação, mesmo não tendo cometido a irregularidade que intitulava o documento (consultando matéria de fila na hora do exame). Foi difícil. Na hora eu não conseguia mais pensar em nada. A chefe do prédio disse que agora seria a minha única e última opção, mesmo ela dizendo que ela estaria "fazendo uma injustiça comigo", nem sequer ela e o responsável do Enem no município tentaram repensar o meu caso. Após eu ser eliminado precisei ficar trancado por duas horas em uma sala sem poder me comunicar com minha família para explicar o caso por duas horas", desabafou Gustavo em contato feito com o V&C.
Ainda não há data para que a Justiça julgue o pedido de liminar impetrado pelos advogados do estudante. Enquanto espera, ele sabe que seu ingresso em uma universidade, pelo menos nesta edição do Enem, não está mais em suas mãos ou em suas habilidades intelectuais, aperfeiçoadas com muito estudo e dedicação. Por conta de uma sucessão de erros de quem não tinha esse direto, seu destino agora depende de uma outra caneta. A de um juiz. Que seja seja feita Justiça
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