Foto de fixação em árvores feita na Rua Barbosa |
Dias atrás, uma polêmica ambiental dominou o noticiário local. Centenas de árvores em praças e ruas de Garanhuns foram cravejadas com pregos que fixaram braçadeiras, fios e luminárias usados na ornamentação do Natal Luz. A decoração ficou belíssima. Mas será que o preço a pagar por tal espetáculo natalino seria a morte de algumas árvores? A prefeitura, como sempre faz em questões que não lhe convém responder, silenciou, apesar do nosso pedido de esclarecimento, que deve ter sido ladeado "obviamente" pelo de outros veículos de comunicação. Entretanto, de acordo com o depoimento de dois especialistas da UFRPE ao jornal Folha de Pernambuco, a fixação de pregos em árvores, não somente faz mal às plantas como seria, inclusive proibida. "No caso dos pregos, a oxidação dos metais pode favorecer o ataque de insetos ou "envenenar" a árvore. "O buraco que se forma ao bater um prego vira porta de entrada para microorganismos como fungos, bactérias e vírus. Dependendo da profundidade, perfura o tecido e a circulação, favorecendo ao apodrecimento da árvore", alertou Lúcia Chaves, engenheira florestal e especialista em patologia florestal, lotada na UFRPE, em entrevista à Folha de Pernambuco.
O jornal, prezando pela imparcialidade, também procurou resposta do prefeito Izaías Régis e ele rebateu as acusações. "Em nenhum momento houve negligência por parte da gestão. Não haveria outra forma de colocar as luminárias, se não fosem com pregos. Porém, tivemos o cuidado de perfurar apenas a casca e nenhuma morreu por conta disso", assegurou o gestor. Izaías não deve ter ido olhar direito. Os pregos são espessos e estão fixados totalmente na árvore, não somente na casca. O blog deve o cuidado de ir aos locais antes de publicar uma matéria sobre o assunto, aproveitando a pauta enviada pelo internauta Ronaldo Sabino. RELEMBRE
O outro especialista ouvido pela Folha de Pernambuco contesta justamente a tese do prefeito de que, apesar dos pregos, nenhuma árvore morreu. "Não é bater um prego hoje que haverá queda amanhã. Mas, com dois ou três anos, isso pode acontecer", avaliou o professor do Departamento de Ciência Florestal da UFRPE, Williams de Souza. Ele também chamou a atenção para as consequências de pendurar objetos nas plantas, que podem exercer carga excessiva e, em alguns casos, levar à ruptura de galhos ou da própria árvore. No caso das luminárias, as luzes muito fortes podem aquecer o tronco, ressecando folhas e galhos. "O grande problema é que as pessoas não enxergam árvores como seres vivos. Não tem aquele cuidado em vê-las como patrimônio, por isso, fazem o que querem sem se darem conta das consequências futuras", observou Souza, falando à Folha.
É isso. A matéria completa da Folha de Pernambuco pode ser acessada clicando AQUI. Por fim, não adianta mais chorar sobre a seiva derramada, já que a decoração já foi afixada e, mesmo que fosse removida, a julgar pelas explicações dos ambientalistas, o estrago já estaria feito. O que quisemos deixar como reflexão, ao voltar a falar sobre esse problema, é que o Poder Público Municipal, para os próximos anos, envide esforços no sentido de encontrar uma solução ecologicamente correta afim de que o Natal Luz, mais belo a cada ano, possa ser realizado sob escopo da preservação ambiental de nossas árvores. A NATUREZA AGRADECE.
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