Após quase seis meses de protestos e cobranças, os cachês do Festival de Inverno de Garanhuns devem ser pagos nesta semana, assegura a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Depois de mobilização realizada na manhã desta terça-feira (22), produtores culturais e artistas se reuniram com a presidente do órgão, Márcia Souto, na sede da instituição. Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Fundarpe emitiu nota sobre a reunião e garantiu a quitação dos valores em atraso.
"Ela (Márcia) explicou a situação difícil pela qual todas as secretarias e órgãos do governo passaram neste ano, por conta do difícil ano fiscal que tivemos, e que motivou o atraso não esperado nem pela Fundarpe nem pela Secult-PE. Ela Reforçou ainda que sempre recebeu os artistas e produtores que procuraram a Fundarpe para ter notícias sobre o andamento do trâmite dos processos. E que, na data de hoje, muitos pagamentos já começaram a ser feitos e continuarão pelos próximos dias. Até o final deste ano, conforme o próprio governador Paulo Câmara afirmou em entrevista a um jornal nesta terça, a meta é pagar toas as pendências de pagamentos de cachês em atraso.", diz a nota.
O produtor cultural Mauro Lima, membro do movimento Frente de Luta pela Cultura, organizador do protesto, comemorou a definição dos pagamentos, mas criticou a falta de engajamento da categoria: "É muito triste isso. No Facebook, todos se posicionam, confirmam presença, mas na hora só cinco pessoas aparecem", afirmou.
Os cachês referentes ao FIG deveriam ter sido pagos em até um mês após o festival. O atraso se torna mais grave, segundo os artistas, porque eles precisam arcar com o investimento que a participação no evento requer - como transporte, inclusive de equipamentos, até a cidade do Agreste.
"Sinceramente, me passa uma tamanha tristeza ter que, além de ter trabalhado muito para que tudo desse certo, ainda ter que submeter a uma situação de constrangimento desse tipo", disse um dos organizadores do protesto, Lucio Mauro Lira, em post no Facebook.
Outros artistas locais, como Fábio Trummer e Renata Rosa já se queixaram do atraso. Nação Zumbi e China já se pronunciaram nas redes sociais contra a política de pagamento de cachês do governo estadual e chegaram a anunciar boicote aos eventos. Um dos casos que chamou a atenção nacionalmente foi o do músico Nando Reis, em agosto passado: ele disse não ter recebido cachê de um show no festival Pernambuco Nação Cultural, em 2010. A dívida seria de R$ 125 mil.
Do Diário de Pernambuco
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