quarta-feira, 7 de junho de 2017

CRISE LONGE DO FIM: Professores de Garanhuns realizam protesto contra projeto polêmico; em nota, prefeitura diz que apenas regulamentou lei federal e que não tirou direitos da categoria


O reajuste do piso nacional da educação, corrigido todos os anos pelo Governo Federal, deveria ser recebido como uma conquista, mas, em Garanhuns, sua aprovação na última sexta-feira, 02 de junho, foi o estopim de uma grave crise entre professores da Rede Municipal de Ensino e Prefeitura. 

Nessa disputa, cada lado afirma ter razão. Os professores dizem que o Projeto 012/2017 retira direitos da categoria e implica, inclusive, em diminuição de salários. Já  o Governo Municipal reitera que a proposta apenas regulamenta a Lei Federal 11.738/2008, que criou o piso salarial dos profissionais do magistério. 

No meio desse tiroteio, estão os vereadores, representantes legitimamente eleitos pelo povo, mas que, ao votarem a favor da regulamentação do projeto, (apenas dois votaram contra) provocaram a revolta e indignação dos educadores. Sentindo-se traída, a categoria lançou mão de uma arma poderosa. As redes sociais. É nesse meio virtual, onde vale quase tudo, que os vereadores e o prefeito têm sido sistematicamente criticados pelos professores e também pela população, que parece já ter escolhido seu lado nessa disputa.

Na manhã desta quinta, 07 de junho, a batalha ganhou as ruas na forma de um protesto. Empunhando cartazes e gritando palavras de ordem, centenas de profissionais do magistério caminharam da Fonte Luminosa até às escadarias do Palácio Celso Galvão  em uma mobilização contra os vereadores e o prefeito de Garanhuns. "Estamos de luto. Estamos na luta contra esse projeto que não valoriza os professores", disse um participante do ato. "O senhor prefeito retira dos professores seus direitos diminuindo a carga horária e consequentemente nossos salários", argumentou o professor Lincoln Matias. 

Apesar de bem organizado e de ter contado com a participação de cerca de mil pessoas, entre professores, alunos, pais e simpatizantes da causa, o principal alvo da mobilização não ouviu as críticas direcionadas a ele. Segundo a assessoria, o prefeito Izaías Régis encontra-se em Brasília desde segunda, 05 de junho. Mesmo assim, um cordão de isolamento foi montado pela Guarda Municipal nas escadarias do Palácio Celso Galvão.

Em nota, a Prefeitura de Garanhuns comentou o protesto desta quinta, 07 de junho. Segundo o texto, o Governo Municipal reconhece o direito de protestar, mas está tranquilo quanto ao Projeto de Lei nº 012/2017, que apenas regulamenta a Lei Federal 11.738/2008, que criou o piso salarial dos profissionais do magistério, de modo que, estabeleceu para os professores com 200 (duzentas) horas o valor de R$ 2.298,00 (dois mil e duzentos e noventa e oito reais). A nota reitera que não foi retirado nenhum direito, e o que o projeto fez foi apenas regulamentar a carga horária e conceder o reajuste de 7,64%, de forma linear.

"A Prefeitura de Garanhuns respeita os professores e também atenta para que o movimento legítimo não se torne um ato político antecipado. Ataques pessoais e ridicularizações em público não são, em nenhuma ocasião, admissíveis como o ocorrido no protesto desta quarta-feira (7). A ausência do prefeito, questionada nos microfones e que chegou a ser chamada de covardia, se deve tão somente ao fato de que o prefeito está em Brasília desde segunda (5) e seguiu numa viagem pré-agendada ainda em maio," diz parte do documento.



CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA DE ESCLARECIMENTO DA PREFEITURA.
Nota de esclarecimento – Manifestação dos professores

"A Prefeitura de Garanhuns reconhece o direito de protestar, mas está tranquila quanto ao Projeto de Lei nº 012/2017, que apenas regulamenta a Lei Federal 11.738/2008, que criou o piso salarial dos profissionais do magistério, de modo que, estabeleceu para os professores com 200 (duzentas) horas o valor de R$ 2.298,00 (dois mil e duzentos e noventa e oito reais). Não foi retirado nenhum direito, apenas regulamentada a carga horária. Acrescenta ainda que o reajuste de 7,64% será de forma linear.

A Prefeitura de Garanhuns respeita os professores e também atenta para que o movimento legítimo não se torne um ato político antecipado. Ataques pessoais e ridicularizações em público não são, em nenhuma ocasião, admissíveis como o ocorrido no protesto desta quarta-feira (7). A ausência do prefeito, questionada nos microfones e que chegou a ser chamada de covardia, se deve tão somente ao fato de que o prefeito está em Brasília desde segunda (5) e seguiu numa viagem pré-agendada ainda em maio.


A Prefeitura esclarece que é preciso responsabilidade também com as informações divulgadas amplamente nestes protestos. Ao contrário do exposto nos discursos, existem formações específicas para os intérpretes e profissionais que acompanham alunos com necessidades especiais, fatos estes já divulgados como comprovação. Garanhuns é uma cidade que cresce, fato este visível, e a tentativa de diminuir ou ridicularizar o trabalho do gestor ou dos vereadores não contribuirá para o debate."


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