Na época do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), no Agreste pernambucano, os hotéis e pousadas sobem o preço da diária. Nem todos que querem prestigiar o festival têm condições de arcar com tais custos, ou apenas entendem que não é preciso gastar tanto. Mesmo com o frio de 18ºC e a chuva incessante, muitos decidem se estabelecer na Rodoviária de Garanhuns.
Nesta sexta-feira (21), dez barracas estavam instaladas na parte de trás da rodoviária. Há mais para chegar. Em uma área dentro do próprio local, grupos também transforma em seu local de dormir.
Um grupo de quatro jovens do Recife vieram para o FIG pela primeira vez este ano. "Eu queria ver Tom Zé, só que não vai ter mais. Também quero assistir a Baby do Brasil", diz o estudante Cícero da Silva, de 22 anos. Sua amiga, Marina Alexandre, conta que não veio prestigiar uma atração específica, mas aproveitar a experiência.
Entre as barracas, uma chamava a atenção pela sua imponência. São dois quartos e uma sala. Quase um palácio para João Paulo, de 31 anos, que decidiu trazer sua família. Além dele, dividem o espaço sua esposa Cris Silva e os filhos Alef, de 10 anos, e Pammilli, 14.
"É aqui onde fico relaxado, que minha mente descansa", diz João Paulo inspirando e expirando vagarosamente. É a quinta vez que ele vem com a esposa e a segunda vez que vem com os filhos. "Eu quero que meus filhos vivam essa experiência do camping", ele afirma.
Quem opta por dormir no terreno da rodoviária tem que se preparar para enfrentar algumas dificuldades. Marina Alexandre, por exemplo, estava com sua tenda toda molhada, porque não trouxe lona que protegesse da chuva. O grupo dela está tomando "banho de cuia" no banheiro da rodoviária, a contragosto dos funcionários de lá.
João Paulo, mais experiente, diz conhecer um lugar com refeição barata. O banho quente lá custa R$ 3. "Eu gosto daqui", disse timidamente Pammilli, para a alegria do pai.
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