Do G1 AL
A filha de 10 meses de um casal de Garanhuns foi recolhida pelo Conselho Tutelar de Maceió. Segundo o órgão, os pais não têm a guarda da criança e vieram para a capital alagoana com a menina sem a autorização da tutora legal. O casal, no entanto, afirma que a bebê foi sequestrada.
José Glaucio da Silva Bernardo e a esposa Maria Auxiliadora estão em Maceió desde o dia 28 de junho. Ele conta que veio para a cidade para procurar emprego como pedreiro e que iria embora no dia seguinte depois de distribuir alguns currículos.“Quando chegamos na rodoviária com a passagem comprada fomos abordados por uma mulher que se apresentou como assistente social e nos levou para uma casa de apoio [a Casa de Passagem, que fica no centro]. Lá, uma conselheira tutelar chamada Ruth Moura tirou a menina da gente e sumiu. Depois disso, fomos expulsos da casa de apoio”, relata Bernardo.
O pai da menina relata que já registrou um boletim de ocorrência sobre o caso, e que não consegue notícias da filha junto ao Conselho Tutelar.
“A menina é bem tratada, cheirosa, limpinha. Eu tava aqui arrumando serviço de pedreiro, aí veio essa mulher e pegou da gente. Estávamos no abrigo e agora estamos na rua. A polícia diz que é sequestro. Não levaram nem o documento da menina. Não dizem como ou onde ela está. Só sabemos que ela está em Maceió”, diz Bernardo.“Levaram minha filha. A chave da nossa casa tá aqui. Lá tem fralda, roupa, cama, televisão, geladeira, bercinho. Só quero minha filha de volta”, afirma chorando Maria Auxiliadora.
Pais não tinham guarda, diz Conselho Tutelar
Procurada pela reportagem do G1, a conselheira tutelar da 2ª Região, Ruth Moura, confirma que a criança foi tirada dos pais. Pois, segundo ela, além de não terem a guarda da menina, os pais foram considerados incapazes de cuidar da criança segundo o Conselho Tutelar de Garanhuns.“A mãe do pai é que tem a guarda da criança, lá em Pernambuco. Eles são alcoólatras e têm muitos problemas lá e vieram para cá com a menina sem autorização da avó. A família estava dormindo na rodoviária, e, por isso, foi abordada pela assistente social”, relata Ruth.
A conselheira ainda explica que após serem levados para a Casa de Passagem, o casal ainda voltou para Garanhuns para receber o dinheiro de um benefício destinado à criança. “Eles recebem R$ 480 do Bolsa Família do bebê. Saíram escondidos da casa de apoio, deixando o bebê lá, e voltaram bêbados e sem o dinheiro. Depois disseram que não conseguiram pegar o dinheiro”, acrescenta.Ruth diz ainda que pegou o bebê e levou para um outro local em Maceió, que por questão de segurança, não pode ser revelado nem mesmo aos pais.“A avó disse que não pode cuidar da criança, pois está muito doente. E os pais estavam na rua com a filha. Acionamos a Justiça e agora estamos aguardando a decisão da juíza Fátima Pirauá para saber o que fazer, se a gente leva para Garanhuns ou se o Conselho de lá vem buscar”, explica a conselheira.
Ainda segundo ela, os pais não puderam mais ficar na casa de apoio. “Eles vivem embriagados. Lá na Casa de Passagem tinham algumas garrafas de cachaça, deixadas por outras pessoas, e os dois tentaram beber. Lá em Garanhuns e aqui em Maceió foi oferecida ajuda para eles abandonarem o vício, mas os dois recusaram. A situação deles é de vulnerabilidade”.
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