Rua José Evandro de Andrade, Massaranduba |
Um dos carros chefes do primeiro mandato do prefeito Izaías Régis, talvez o maior, e responsável inclusive pela sua consagradora reeleição, foi sem sombra de dúvidas o grande número de ruas e travessas pavimentadas em sua gestão, 483 de acordo com números de abril. Porém, um dos invernos mais rigorosos da história de Garanhuns foi suficiente para que a vitrine da Administração Régis literalmente se derretesse e virasse motivo de críticas, insatisfação, e até piadas, já que as expressões "Asfalto Sonrisal" e "Asfalto de Açúcar" passaram a ser usadas jocosamente por populares para se referir às vias esburacadas, tal é a fragilidade do material quando em contato com a água da chuva.
Revoltados e insatisfeitos, (com razão), os moradores das ruas afetadas pela buraqueira generalizada buscam nas redes sociais e nos veículos de imprensa locais uma maneira de chamar a atenção do Governo Municipal, sobretudo do prefeito, para a resolução do problema. Inserido neste contexto, o V&C também recebe reclamações sobre os transtornos causados pelos buracos que se proliferam a cada nova chuva. Na manhã desta quinta-feira, 21 de setembro, atendendo a solicitações de alguns moradores, visitamos os bairros da Massaranduba e Indiano onde pudemos verificar in loco a revolta e impaciência da população com a atual situação.
O bairro da Massaranduba é um dos que mais sofrem com os buracos nas vias urbanas de Garanhuns. Com o prolongamento do inverno, que entrou setembro a dentro, a situação se agravou. Na Travessa Ataúlfo Alves quando chove ninguém passa e os carros não conseguem trafegar. "A situação tá difícil pra gente. O ônibus ia atolando aqui na porta. Carros já ficaram presos aqui e nós empurramos. Como é que a gente pode viver assim? Não podemos ajeitar uma casa. Como vamos ajeitar a casa pra ficar dentro do buraco e melar as paredes de lama? Nossa vida aqui tá uma desgraça. Izaías disse que ia consertar agora em setembro e até agora nada. Nenhum vereador aparece. Só em época de eleição", desabafou seu Francisco Lourenço, que mora há 11 anos na Travessa Ataúlfo Alves. (confira áudio com a entrevista de seu Francisco, abaixo)
Rua Alfredo Américo Leite, Indiano |
INDIANO
O blog também se deslocou até o bairro Indiano onde o drama vivido pelos moradores se assemelha ao registrado na Massaranduba. Nossa reportagem conversou com um mototaxista, teoricamente uma das categorias que mais utilizam as vias asfaltadas, dependendo de sua boa conservação para realizar corridas com mais rapidez e segurança para o passageiro. Sinoval Dalvino reclamou que o asfalto da Rua Alfredo Américo Leite, no Indiano, não resistiu ao primeiro inverno. "A gente fica sofrendo, moto quebrando passageiro reclamando. Precisamos que o prefeito tome atitude. Se no mês a gente gastava 50 reais com a manutenção da moto, com esses buracos, o prejuízo sobe pra 200. É desgastante demais. Que ele (Izaías) tome as providência ou então o Ministério Público caia em cima disso. Não aguentamos mais os buracos. O asfalto aqui foi mal construído. botaram o o material fraco e com pouca brita e deu nisso", frisou o mototaxista. (confira áudio com a entrevista do mototaxista, abaixo)
Rua Alfredo Américo Leite, Indiano |
Ja na Rua Leão XIII, ainda no Indiano, a trafegabilidade da via também foi bastante prejudicada com o aumento dos buracos no asfalto. "A gente quer saber onde tá o dinheiro público, onde foi investido o nosso dinheiro? De manhã é uma luta pra gente passar nessa Leão XIII de tanto buraco. Como você contrata uma empresa pra fazer um serviço desse, que não tá servindo de nada? Tá aí, o dinheiro gasto e não serviu de nada. É um asfalto de açúcar que começou rachar, depois foi se derretendo, se desmanchando e ninguém sabe onde mais tem asfalto", revelou Mércia Godoy, moradora da Rua Leão XIII, no Indiano (confira áudio com a entrevista de Mércia, abaixo)
Rua Leão XIII, Indiano |
BORRACHEIRO FATURA ALTO COM CONSERTOS DE RODAS DE VEÍCULOS
Um borracheiro que tem um tradicional ponto de conserto de pneus na Avenida Duque de Caxias comenta que recebe muitos clientes com veículos avariados por conta da buraqueira. "Aqui chega muita gente reclamando dos asfaltos. Eu conserto pneu cortado, roda amassada, carro desalinhado. Tem também os quebra-molas mal feitos, e irregulares que ajudam a agravar o problema. Nós pagamos impostos e temos prejuízos. Ali no Jardim Petrópolis, perto do cemitério, o asfalto não tá nem com um ano e já ta cheio de buraco, já está cedendo. Foi dinheiro jogado fora. É bom pra mim né, que trabalho com isso, mas eu desejaria que o asfalto fosse de melhor qualidade", revelou o borracheiro Cleidson da Silva Alves. (confira áudio com a entrevista do borracheiro, abaixo)
Borracheiro na Cohab I aumentou o faturamento após o rigoroso inverno |
Enquanto editávamos esta matéria, uma moradora da Rua Serra Branca, no Magano, enviou uma mensagem em áudio via Facebook, anexada a algumas fotos onde reclamava da situação da entrada do Manoel Xéu e início da Rua Serra Branca, vias urbanas que desaguam na BR-424. "Essa é a situação da entrada de Manoel Xéu e da entrada da Serra Branca. É cada buraco que cabe um carro dentro, vocês deviam publicar isso", questionou a moradora. (ver foto abaixo). Após a publicação, a leitora entrou novamente em contato com o blog para informar que nesta quinta (21) foram feitos remendos no referido local, onde a pavimentação é de paralelepípedo, mas os reparos são feitos com asfalto. "Vocês não vão acreditar. Passei lá hoje e tinham arrumado tudo. Fizeram lá uns curativos, mas quando chover, com esse asfalto sonrisal, desmancha tudo", ironizou. Ruas nos bairros Cohab 2 e 3 também apresentam vários buracos no asfalto deixando os usuários insatisfeitos.
PREFEITURA DIZ QUE CULPA É DA EMPRESA E AFIRMA QUE ESPERA TEMPO ESTIAR PARA COMEÇAR OS REPAROS
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Garanhuns esclareceu que a Secretaria de Obras aguarda o término das chuvas para iniciar os reparos no asfalto. Ainda de acordo com a assessoria, a questão de buracos nas vias urbanas não é um problema exclusivo de Garanhuns e outras grandes cidades do Nordeste, entre estas algumas capitais, também sofreram com a mesma situação, resultante de chuvas rigorosas nos três últimos meses.
Em um vídeo divulgado pela Secretaria de Comunicação do Município, o problema é comentado. O engenheiro do Corpo Técnico Municipal explicou que, além da chuva, um excesso de salinidade na areia que compôs o traço do cimento asfáltico contribuiu decisivamente para o esfarelamento da massa betuminosa. Ainda de acordo com o engenheiro, a empresa foi notificada e se prontificou a retirar o asfalto com problema e aplicar uma nova camada. O profissional disse também que não haverá custo para o município e os reparos serão feito sem ônus para os cofres públicos.
Em um vídeo divulgado pela Secretaria de Comunicação do Município, o problema é comentado. O engenheiro do Corpo Técnico Municipal explicou que, além da chuva, um excesso de salinidade na areia que compôs o traço do cimento asfáltico contribuiu decisivamente para o esfarelamento da massa betuminosa. Ainda de acordo com o engenheiro, a empresa foi notificada e se prontificou a retirar o asfalto com problema e aplicar uma nova camada. O profissional disse também que não haverá custo para o município e os reparos serão feito sem ônus para os cofres públicos.
CONFIRA O VÍDEO ABAIXO COM AS EXPLICAÇÕES DO GOVERNO MUNICIPAL
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