Presença do porco-espinho ameaçado de extinção era descrita, em Pernambuco, apenas em matas de Sirinhaém e Igarassu |
Um registro inédito revelou a presença de um coandumirim (Coendou speratus), espécie de porco-espinho ameaçada de extinção, num trecho de Mata Atlântica do município de Garanhuns, Agreste pernambucano. Uma bela surpresa da natureza, uma vez que a descoberta amplia a distribuição geográfica do mamífero.
Até dez anos atrás, a literatura científica descrevia a Mata do Tauá, Boca da Mata, Mata do Xanguazinho e Mata da Barragem, em Sirinhaém, e o Refúgio Ecológico Charles Darwin, em Igarassu, como os únicos habitats naturais desse mamífero em Pernambuco.
Essas manchas verdes compõem o Centro de Endemismo do Estado, floresta Atlântica nordestina situada ao norte do rio São Francisco, distribuída pelos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. A certeza de que se trata do mesmo porco-espinho descrito em 2007 veio após serem comparadas as características diagnósticas do animal.
As espinhas dorsais, por exemplo, são compostas de três cores (amarelo na base, preto no meio e avermelhado ou laranja nas pontas), os pelos são curtos e acastanhados e as orelhas são planas e arredondadas, com fios negros de ponta amarela. Como prova dessa descoberta foram colhidos alguns espinhos que, hoje, compõem a coleção de mamíferos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O registro, ao ampliar a faixa geográfica do animal, fornece novos dados sobre a espécie, ainda pouco estudada devido à sua limitada distribuição na natureza. O animal, um macho adulto, ganhou vida livre numa área de 40 hectares de floresta preservada, no município de Brejão, vizinho a Garanhuns.
Os resultados desse achado, feito por pesquisadores da Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE junto ao 6º Grupamento do Corpo de Bombeiros do município, serão publicados em artigo aprovado pela revista periódica Check List.
Embora não se saiba os reais motivos que expliquem o porquê da aparição inusitada, os estudiosos apontam algumas hipóteses. Entre elas, a de que a migração pode ser reflexo da pressão humana nas áreas de ocorrência natural desses animais. “Vale ressaltar que, mesmo que o Coandu tenha sido capturado em uma mata inserida no perímetro urbano, Garanhuns é uma cidade cercada por montanhas cobertas de vegetação natural, provável origem dessa espécie”, pondera um dos estudiosos que escreveu o artigo, Wallace Telino Junior.
O município está localizado no Planalto de Borborema, considerado um brejo de altitude (florestas úmidas de Mata Atlântica em meio ao ecossistema seco da Caatinga).
Com informações da Folha de Pernambuco
Com informações da Folha de Pernambuco
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