Como anunciado desde o início do mês, ocorreu neste dia 09 de março, uma mobilização de servidores municipais de Garanhuns que teve como alvo principal um protesto contra o Governo Municipal, contra o prefeito Izaías Régis e por tabela contra alguns secretários. O ato foi composto em sua grande maioria por professores e servidores da saúde.
Os manifestantes saíram em passeata da Câmara Municipal de Garanhuns, onde ontem foi aprovado o projeto de lei que reajusta o piso dos professores do município, e seguiram em direção ao centro da cidade. Em frente ao Palácio Celso Galvão, os servidores gritavam palavras de ordem como Fora Izaías e Fora Nilva, a Secretária de Saúde do Município. Discursos inflamados também deram o tom da mobilização e faixas e cartazes tremulavam nas mãos dos servidores chamando a atenção de quem tava no centro da cidade.
Alessandro Pereira, Diretor do Sindacs/PE, Sindicato dos Agentes Comunitário de Saúde e Agente de Combates as Endemias do Estado de Pernambuco, foi um dos participantes. Em conversa com o V&C ele disse que o movimento era legítimo e unificado com o Sinpro e o Sinsemug tendo como objetivo reivindicar que o PCC seja cumprido para todos os servidores. "Queremos dar o recado pra essa gestão. Os agentes comunitários e agente de combate a endemias estão inseridos na lei orgânica do município. Somos estatutários e não estamos sendo inseridos. Nós servidores estamos perdendo o que é nosso por direito. Já tivemos reunião com o prefeito, com secretários, fizemos requerimento à Câmara Municipal, mas até então nada de PCC cumprido. Se estamos aqui na rua hoje é porque não aguentamos mais e não estamos sendo ouvidos. Estamos sendo penalizados", disse Alessandro
Já Luciano Florêncio, presidente do Sinsemug disse que a finalidade da mobilização foi defender os direitos adquiridos dos servidores. Ele revelou que o chefe do Executivo vem paulatinamente tirando conquistas históricas do servidor público. "Não vêm cumprindo o plano de cargo e carreira, principalmente no caso dos agentes de endemias. Eles são classificados em uma faixa e já eram pra estar em outra faixa maior. Cobramos também a data base dos servidores e o cumprimento do PCC dos educadores. Luciano também comentou sobre a ausência dos Guardas Municipais na mobilização e disse que houve pressão para que a categoria não participasse. "Queremos mostrar nossa indignação. O chefe do Executivo vai a imprensa dizer que está tudo ás mil maravilhas, mas nós servidores temos sofrido na pele os efeitos do descumprimento dos PCCs," pontou.
Em discurso na frente do Palácio Celso Galvão, o diretor do Sinpro, George Sanguineti voltou a bater pesado no Governo Municipal. Ele reiterou que projeto de lei que tratou do reajuste do piso da educação retirou e reduziu a carga horária. "As pessoas que tem a carga horária de 270 horas, por exemplo, só vai se aposentar com 200 horas. É uma perda de direitos. Todo mundo tá sendo prejudicado com isso. Nós cansamos. Estamos aqui pra garantir nosso direito. Fiquei sabendo que o prefeito foi aos postos de saúde saber quem foi dos agentes de saúde que participou desse ato. Isso é uma vergonha e caracteriza perseguição", vociferou Sanguineti.
Um participante da manifestação disse que o que chamou a atenção foram os discursos frisando a perseguição sofrida pelos servidores justamente por lutar pelos direitos adquiridos. "O município reluta em nos ouvir, mas a população nos ouve e tenho certeza que vai apoiar nossa causa", salientou.
A RESPOSTA DO GOVERNO MUNICIPAL
Em nota de esclarecimento, o Governo Municipal criticou duramente o que pra ele são equívocos e inverdades ditas nos microfones e alto falantes durante a manifestação desta sexta. O Executivo Municipal salientou ser a favor da democracia e do direito de manifestação aos cidadãos, inclusive se organizando com os seus entes para que a movimentação ocorresse, mas lamentou que o ato tenha se transformado em um movimento político, coincidentemente em ano eleitoral.
Ainda segundo a nota, um dos representantes da oposição local chegou a usar o microfone para dizer que estava junto na luta, deixando dúbia a intenção da manifestação. "O que vimos não foi um movimento de classes, mas um palanque político. Quanto aos questionamentos, vários foram levantados, alguns sem ligação direta ao que foi aprovado ontem pela Câmara de Vereadores. O que foi aprovado foi o Projeto de Lei do Executivo 002/2018, que atualiza o reajuste da grade de vencimentos de servidores do grupo ocupacional Magistério do Poder Executivo Municipal de Garanhuns", diz parte da resposta oficial da Prefeitura.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA DE ESCLARECIMENTO DO GOVERNO MUNICIPAL SOBRE O PROTESTO DESTE 09 DE MARÇO
Nota de esclarecimento - Manifestação Educação e Saúde
09 de março de 2018
O Governo Municipal de Garanhuns é a favor da democracia e do direito de manifestação aos cidadãos, inclusive se organizando com os seus entes para que a movimentação ocorresse. A Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes acompanhou todo o trajeto e a Secretaria de Educação assegura que as escolas farão seus calendários de reposição de aulas de hoje, no intuito de garantir o cumprimento dos 200 dias do ano letivo de aproximadamente 18 mil alunos na Rede Municipal de Ensino.
Porém, lamentamos profundamente, que o ato desta sexta-feira (09) tenha se transformado em um movimento político, coincidentemente em ano eleitoral. Um dos representantes da oposição local até chegou a usar o microfone para dizer que estava junto na luta, ou seja, deixando dúbia a intenção da manifestação. O que vimos não foi um movimento de classes, mas um palanque político. Quanto aos questionamentos, vários foram levantados, alguns sem ligação direta ao que foi aprovado ontem pela Câmara de Vereadores. O que foi aprovado foi o Projeto de Lei do Executivo 002/2018, que atualiza o reajuste da grade de vencimentos de servidores do grupo ocupacional Magistério do Poder Executivo Municipal de Garanhuns.
Diversas inverdades foram irresponsavelmente bradadas através dos alto-falantes. Acusações que ao invés de contribuir com o debate, confundem a sociedade. O prefeito, Izaías Régis, realiza visitas em obras regularmente, independente do que esteja acontecendo e não existe perseguição a ninguém. A secretária de Educação, Eliane Simões, realiza visita às escolas semanalmente para conhecer os acertos e falhas em cada unidade de ensino e assim encontrar soluções juntos aos gestores, também sendo inverdade o que foi dito na manifestação, de que a secretária não conhece a realidade de sala de aula.
Esclarecendo o que chegou a ser afirmado, a intenção não é “dobrar” ninguém, mas sim fazer a legislação ser cumprida. Os manifestantes chegaram a acusar as secretárias de Educação e Saúde pessoalmente, sem conhecer (e alguns até conhecendo) como é árduo o trabalho à frente de pastas que requerem atenção redobrada como todas as outras do Governo Municipal. Foram expostos os casos do suposto estupro ocorrido em uma escola municipal mesmo sem a conclusão da investigação por parte da Polícia Civil, se adiantando aos peritos e afirmando que o fato foi mesmo consumado dentro do estabelecimento de ensino. O que aponta para a terrível prática do, “quanto pior, melhor”.
Sobre as reivindicações dos Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias, quanto ao pagamento do piso salarial dos profissionais, a Secretaria de Administração informa que o reajuste anual relativo está de acordo com o que estabelece a Lei Federal 12.994-2014, fixando o valor de R$ 1,014,00 (mil e catorze reais) para a categoria.
Finalizando, todo o esforço está sendo feito por parte da gestão, mesmo com as limitações econômicas e burocráticas conhecidas por todos. As Secretarias estão de portas abertas para conversar com os representantes, porém o Governo Municipal sempre receberá representantes das entidades e não grupos que utilizam os movimentos que deveriam ter pautas de classes, servindo a posições políticas.
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