O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está oficialmente preso. Ele deixou às 18h41 o prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, pela segunda vez, e caminhou em meio à militância. Depois, acessou um portão em frente à sede da entidade e entrou num carro da Polícia Federal. A detenção do ex-presidente foi concretizada quase 26 horas depois do prazo que o juiz Sergio Moro havia dado para ele se entregar voluntariamente. Houve confusão entre manifestantes que tentaram impedir novamente a saída de Lula, mas desta vez sem sucesso.
O destino do ex-presidente, que segue num comboio de oito veículos, é a Superintendência da Polícia Federal, no bairro da Lapa, zona Oeste da cidade, onde ele passará por um exame de corpo de delito.
Depois do exame, o petista deve seguir de helicóptero até o aeroporto de Congonhas, onde uma aeronave da Polícia Federal já está preparada para levá-lo até Curitiba, onde começa a cumprir a pena de 12 anos e um mês pelo caso do triplex do Guarujá. Fogos de artifício foram ouvidos em bairros da zona Sul de São Paulo após a prisão do petista.
À tarde, por volta de 16h47, numa primeira tentativa de sair do sindicato, Lula entrou em um veículo com seu advogado, mas não conseguiu deixar o prédio. A militância impediu a saída do ex-presidente. Centenas de pessoas cercaram o carro e não deixaram que se movimentasse. O portão da garagem chegou a ser arrancado. O veículo, então voltou para o prédio e Lula entrou novamente no sindicato.
O comando do PT pediu, pouco antes das 18h, que os militantes permitissem a saída do ex-presidente do sindicato. Segundo o ex-ministro Gilberto Carvalho, a saída do ex-presidente rumo a Curitiba era importante para evitar um possível pedido de prisão preventiva por parte do juiz Sergio Moro. Carvalho, Luiz Marinho, presidente estadual do PT, e o advogado de Lula, Cristiano Zanin, estavam preocupados com as consequências que Lula poderia sofrer por não se entregar à Polícia Federal.
Do alto de um caminhão de som, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, reforçou a tese de que Lula poderia ser alvo de um pedido de prisão preventiva. Gleisi disse que Lula tinha meia hora pra cumprir a decisão. Líderes do PT chegaram sugerir que houvesse uma votação entre os militantes para que decidissem como encerrar impasse., mas isso não aconteceu.
Eu divido com vocês (militantes) essa responsabilidade (de deixar ou não Lula sair do sindicato). Mas não somos nós que vamos sofrer as consequências, é Lula quem vai sofrer a consequência — disse ela, enquanto parte da militância gritava que resistiria.
Em seguida, a petista fez um desabafo:
— Hoje fizemos uma resistência linda. A foto que eles queriam, com Lula preso e humilhado, não é a foto que vai rodar o mundo, de Lula carregado pelo povo.
O Globo
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