Galpão não foi concluído e serve para o consumo de drogas |
Parada desde o início do inverno passado, e com um aspecto de abandono, a obra de construção de um novo galpão na Ceaga, (Central de Abastecimento de Garanhuns), deveria ter ficado pronta no final de 2017. O novo complexo está 80% concluído e, quando terminado, ganhará dois blocos novos. O Bloco I terá rampa de acesso, elevador, banheiros e espaços de comercialização de carnes no térreo. Já no 1º piso, estará a Praça de Alimentação. No Bloco II serão instalados os boxes para comercialização de verduras, frutas e cereais, em ilhas e boxes. (INFORMAÇÕES COLETADAS NO SITE OFICIAL DA PREFEITURA DE GARANHUNS).
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Os comerciantes reclamam principalmente da falta de um policiamento mais ostensivo e perene na área onde se localiza a Central de Abastecimento, tanto por parte da PM, através do 9º Batalhão de Polícia Militar, quanto com o desejo de uma presença mais incisiva da Guarda Municipal do local, afinal de contas, uma das principais atribuições desta última é justamente zelar pela incolumidade do patrimônio municipal e, indiretamente, porque não dizer também, da segurança das pessoas que frequentam esse patrimônio.
Cada dia mais aumenta o número de desocupados que passam o tempo na obra abandonada praticando pequenos delitos. O galpão encontra-se abandonado e com um mal cheiro insuportável, principalmente provocado por fezes humanas. É grande também o número de menores em situação de vulnerabilidade que usam o espaço para se esconder, alguns desses, para consumir drogas e cheirar cola. Já o antigo galpão, atualmente usado pelos comerciantes, precisa de reparos urgentes, sobretudo no telhado.
"Os usuários já amanhecem nas calçadas todos os dias. Eles usam o espaço para consumir drogas. Policiamento aqui não vejo. Guarda municipal, em nenhum momento. Isso atrapalha o comercio aqui. Já perdi clientes que vinham no sábado e hoje não vêm mais", afirmou um comerciante que não quis se identificar. Ele, como outros feirantes, estão com medo de falar e sofrer algum tipo de represália. Já o comerciante Paulo Sérgio, morador do distrito de Igapó em Lagoa do Ouro, não teve medo de se identificar. O homem vem fazer compras na Ceaga duas vezes na semana para revender em Lagoa do Ouro e disse que o local deveria ao menos contar com uma segurança particular.
Os feirantes disseram também que a falta de segurança na Ceaga já vem de muito tempo e que muitas pessoas mal intencionadas chegam a dormir no local. Com isso, fazem a obra abandonada de banheiro e de esconderijo para praticar delitos
A situação piora à noite onde muita gente passa pelas imediações da Ceaga para ir à faculdade ou caminhar no parque. Desta forma, segundo as pessoas ouvidas, os populares ficam expostos à ação de marginais.
Outra reclamação é que, segundo os feirantes, a Prefeitura de Garanhuns não tem feito a limpeza adequada no local, o que torna o ambiente um verdadeiro lixão. Alguns temem serem perseguidos pelos marginais. Muitos estão vendo os clientes desaparecerem. Eles contaram que a feira tradicional iniciava-se de madrugada, mas com a situação de risco foi transferida para o dia.
"A droga rola solta no meio da feira, de baixo das bancas. Estamos desesperados. Maconha, cola, thiner rola o tempo todo e ninguém resolve. Desse jeito acho que seria melhor privatizar", afirmou um comerciante que também não quis se identificar.
Como se não bastasse a criminalidade, a obra parada da Ceaga ainda trás um perigo para os transeuntes distraídos. É que várias caixas de inspeção estão destampadas ou faltando proteção para evitar que alguém venha a cair nos buracos e se machucar.
Como se não bastasse a criminalidade, a obra parada da Ceaga ainda trás um perigo para os transeuntes distraídos. É que várias caixas de inspeção estão destampadas ou faltando proteção para evitar que alguém venha a cair nos buracos e se machucar.
RESPOSTA DAS INSTITUIÇÕES CITADAS NA REPORTAGEM.
9º BPM
Ten Cel Paulo Cezar |
CONSELHO TUTELAR
Sobre os menores em situação de vulnerabilidade e em consumo de substâncias psicotrópicas, O Conselho Tutelar disse que a responsabilidade por esse levantamento é a cargo do CREAS ( CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL) que deve, segundo o conselho, fazer uma abordagem social e um cadastro das crianças e adolescentes ali presentes. Fica a cargo do Conselho Tutelar de Garanhuns fazer denuncia à Polícia Civil e Ministério Público, solicitando providências no combate ao fornecimento de drogas a menores por parte de pessoas adultas .
PREFEITURA DE GARANHUNS
Ouvido, o Secretário de Planejamento e Gestão da Prefeitura de Garanhuns, Carlos Carvalho, salientou que o atraso na obra da Ceaga ocorreu devido à necessidade de se realizar uma intervenção na rua logo acima do empreendimento, a Rua André Vidal de Negreiros. A via, segundo Carvalho, precisava de uma substituição da drenagem pluvial existente já que, em períodos de forte chuva, o edifício da Ceaga ficava alagado.
Carlos Carvalho |
A intervenção da via já foi concluída e a prefeitura já está tomando a medidas administrativas necessárias para que a empresa retome a obra. Ainda segundo o secretário, o retorno da obra esta condicionado a aprovação de uma alteração de projetos que tramita na Caixa Econômica Federal, entidade que gerencia o convênio. Ele também disse que a empresa responsável já iniciou a substituição dos tapumes no entorno da obra e realizou uma limpeza interna.
"O intuito do Governo Municipal é que ainda em agosto a obra seja retomada.
Quanto à segurança, a prefeitura, juntamente com a PM, já vêm buscando formas de intensificar o policiamento", disse o secretário, que finalizou pontuando que a previsão é que a obra da Ceaga fique pronta somente em 2019.
VALOR DA OBRA
A reforma foi iniciada em meados de 2015. No local, segundo informações do Governo Municipal, estão sendo investidos mais de 5 milhões de reais (4.875.000,00 oriundos do Ministério da Agricultura (MAPA) e R$ 239.819,53 de recursos próprios do município).
PRIVATIZAÇÃO
Um projeto de lei oriundo do Governo Municipal de Garanhuns tramitou nas comissões da Câmara Municipal em novembro de 2017, mas foi retirado de pauta para reavaliação. A proposta previa a concessão da administração da Ceaga para a iniciativa privada.
O Projeto de Lei 040/2017 afirmava que a concessão traria benefícios ao município porque a prefeitura não arcaria com o custo da manutenção e organização da Ceaga especialmente com custo de reformas e adequação do complexo como um todo. SAIBA MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO AQUI
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