quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Golpistas se passam por juízes e delegados para extorquir dinheiro de parentes de presos em Garanhuns e Recife


Foi registrado na 18ª Seccional de Polícia de Garanhuns nos últimos dias, uma tentativa um tanto quanto inusitada de estelionato. Trata-se de um golpe para extorquir dinheiro dos familiares dos presos. O caso foi relatado para a delegacia de crimes cibernéticos do Recife e será investigado na 134ª delegacia circunscricional de Garanhuns. 

De acordo com Diário de Pernambuco, a mesma tentativa de golpe também aconteceu nas delegacias da Mulher, no Recife e funciona assim: os agentes recebem ligações de uma pessoa se identificando como Juiz Plantonista do Tribunal e pedindo informações sobre as situações dos presos como nome, endereço e número do telefone dos familiares. No caso do Recife, estranhando a maneira fora do padrão para obter as informações, os agentes forneceram números telefônicos deles mesmos e instantes depois receberam ligações e foram contactados através de aplicativo de troca de mensagens instantâneas. "Me ligaram, se identificaram como o delegado que prendeu o meu ‘parente’ e informaram que havia sido arbitrado uma fiança de R$ 1,5 mil, onde eu deveria depositar o valor em uma conta que ele me passou os dados. Prontamente me identifiquei como policial e eles encerram a ligação", disse um agente do Recife. 

Com apenas os dois registros divulgados, não é sabido se a prática do estelionato obteve sucesso em algum local no estado. No entanto, de acordo com o advogado Pedro Bezerra, a forma de abordagem da polícia para informar aos familiares e ao poder judiciário da situação dos presos segue um padrão único. "Quando o delegado identifica o crime como passível de fiança – porque nem todos admitem-, ele estabelece e informa aos familiares, na delegacia, uma guia para ser efetuada o depósito da fiança. É uma conta do judiciário de fundo do amparo aos presos, que é administrada pela União. Jamais é depositado em conta pessoal", afirma. Além disso, a advogada Tatyana Mota lembra que em nenhum momento é passado informações dos presos por telefone aos familiares ou aos membros dos poderes do judiciário. "Tudo acontece dentro da delegacia", alerta. 

Do Diário de Pernambuco 

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