O Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife, sedia na próxima sexta-feira (23) o julgamento de Jorge Beltrão, Isabel da Silveira e Bruna Oliveira, acusados da prática de dois homicídios qualificados, destruição e ocultação dos cadáveres de Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, mortas, respectivamente, em fevereiro e março de 2012 em Garanhuns. Os réus ficaram conhecidos como Trio de Garanhuns após a investigação policial apontar que, além de matar as vítimas, eles teriam consumido partes dos corpos e comercializado carne humana nas cidades de Garanhuns e Caruaru na forma de empadas e coxinhas.
De acordo com o promotor de Justiça André Rabelo, que vai atuar no caso, um dos focos da atuação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) será descartar qualquer alegação de que os réus possuem algum tipo de transtorno de ordem mental ou psíquica passível de ser utilizado como argumento para afastar, total ou parcialmente, a punibilidade dos acusados. De acordo com André Rabelo, os três tinham plena consciência dos seus atos e devem responder por eles perante o Tribunal do Júri.
Desaforamento - o pedido de transferência do julgamento da Comarca de Garanhuns foi protocolado pela defesa de Isabel em 30 de janeiro de 2018, com o objetivo de resguardar a segurança da ré e evitar a realização de um julgamento cujo Conselho de Sentença pudesse ser considerado parcial ou tendencioso, em razão da comoção social que o crime causou em Garanhuns. No mês de março, o MPPE se posicionou favoravelmente ao desaforamento do júri, que foi marcado para a Comarca do Recife.
Em novembro de 2014, após mais de vinte horas de julgamento, Jorge Beltrão, Isabel Pires e Bruna Silva foram condenados pela morte, esquartejamento, ocultação de cadáver e prática de canibalismo contra a adolescente Jéssica Camila, de 17 anos. A filha da vítima, que estava em poder do trio, na época com dois anos, também teria comido a carne humana. O crime aconteceu em 2008, em Olinda, e os envolvidos alegaram participar de uma seita denominada "Cartel". Para eles, a morte brutal da vítima era uma forma de purificação.
Do Diário de Pernambuco
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