Problemas e sugestões de
melhorias no Sistema de
Saúde dos Militares de
Pernambuco (Sismepe) foram
discutidos, ontem, em encontro realizado pela Frente Parlamentar de Segurança Pública
da Alepe. A audiência pública
abordou, principalmente, a situação fi nanceira e as carências
de estrutura e pessoal do Centro Médico-Hospitalar (CMH)
– conhecido como Hospital da
Polícia Militar e localizado no
bairro do Derby, no Recife –,
assim como de outras unidades
vinculadas ao serviço.
A origem do debate foi um
ofício interno do Sismepe determinando que exames e cirurgias nas redes credenciadas
fi cassem restritos a emergências, enquanto os procedimentos eletivos seriam deixados
para o próximo exercício fi -
nanceiro. De acordo com o
diretor-geral de Administração
da PMPE, coronel João Bosco, o documento representou
apenas um procedimento normal de fi m de ano do setor
público. “O atendimento continua no hospital e nas policlínicas do sistema. Aconteceu o
mesmo que ocorre nos planos
de saúde privados, em que, às
vezes, só se consegue marcar
um exame para daqui a dois
meses”, pontuou.
“O período de fi m do ano
facilita que militares do Interior venham ao Recife e tragam seus dependentes para
fazer exames, por exemplo.
Deveria haver um planejamento na corporação para impedir que esses atendimentos
fossem suspensos”, argumentou o deputado Alberto Feitosa (SD), que é policial militar
reformado.
Usuários também se queixaram da demora em atendimentos como mamografi as e
exames especializados. Segundo o Sindicato dos Servidores
Civis da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar de
Pernambuco (SisciPM/CBM),
70% das vagas dos servidores
civis do Sismepe não foram
preenchidas. “Não há reposição dos ofi ciais médicos e de
funcionários que estão se aposentando”, apontou o coronel
Josué Limeira da Silva Júnior,
presidente do Clube de Ofi ciais
da Polícia Militar e da Companhia de Bombeiros Militares.
“A verdade é que a situação da Hospital da Polícia Militar não é boa. Temos muitos
casos difíceis relatados pelos
companheiros”, avaliou José
Roberto Vieira, representante
da Associação de Praças dos
Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco (Aspra-
-PE). Os deputados Joel da
Harpa (PP) e Fabrizio Ferraz
(PHS) também defenderam a
expansão dos serviços do Sismepe no Interior do Estado e a
criação de um grupo de fi scalização formado por usuários do
sistema.
João Bosco, por sua vez,
apresentou medidas de gestão
que estão sendo utilizadas para
melhorar a situação do hospital. Ele citou a inauguração de
salas de psicologia e psiquiatria, além de novas estruturas
de atendimento de alta complexidade no CMH e de medidas como a internalização de
procedimentos para a redução
de custos. “O nosso hospital
ideal necessitaria de R$ 50
milhões em investimentos”,
avaliou o coronel.
Alberto Feitosa anunciou que vai propor, no ano
que vem, dois projetos de lei
destinando 25% da taxa de
Fiscalização e Utilização de
Serviços Públicos e da Taxa
de Bombeiro para o Sismepe.
Contudo, o coronel Josué Limeira informou que já houve
compromisso político nesse
sentido, mas a ideia não foi
implementada. “À época, o
governador aceitou. Mas, posteriormente, isso não foi colocado em prática, porque outros
secretários não viram com
bons olhos”, relatou.
O coordenador da Frente
Parlamentar de Segurança Pública, deputado Delegado Erick Lessa (PP), informou que
será criada uma comissão com
participação de deputados e
representantes dos usuários do
Sismepe para encaminhar soluções ao Governo do Estado.
“Vamos conversar com a Secretaria de Administração para
saber como estão os grupos de
trabalho que foram formados
para este fim.
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