APENAS DOENTES GRAVES FAZEM O TESTE: Garanhuns tem 90 pessoas monitoradas por conta do novo coronavírus, mas apenas duas farão teste que detecta doença

Com o Governo do Estado e o Ministério da Saúde tendo determinado que apenas pacientes graves façam o teste que detecta ou descarta a presença do novo coronavírus no organismo, é certo que o número de casos da doença em Pernambuco deva estar bastante subnotificado. 

Em Garanhuns não é diferente. A Secretaria Municipal de Saúde segue a orientação do Governo do Estado e do Governo Federal, de que apenas pacientes graves façam testes. Com isso, 90 moradores do município estão sendo monitorados por apresentar algum sintoma relacionado à covid-19, mas só dois foram submetidos a teste que detectam a doença. Os outros 88 estão em isolamento domiciliar por apresentarem apenas sintomas leves e não serão submetidos a testes. O problema é que, na maioria dos casos, o novo coronavírus é assintomático, ou seja, quem está contaminado, às vezes nem sabe que tem a doença. 

Os dois pacientes que fizeram o teste deram entrada na rede hospitalar de Garanhuns com Síndrome Respiratória Aguda Grave e estão internados. O resultado está sendo aguardado.

O problema da falta de testes, e consequentemente das subnotificações,  não se restringe a Garanhuns. O Ministério da Saúde prometeu enviar 10 milhões de testes da covid-19 para todos os estados, mas não revelou quando isso vai acontecer.  

O problema tem confundido a população de Garanhuns, que em sua maioria tem cumprido o isolamento social, mas não tem tido o feedback do poder público no sentido de dotar o sistema de saúde pública de testes que possam ser usados em grande parte da população, como tem acontecido em países como Coreia do Sul e EUA. 

Testes em massa, segundo a OMS, (Organização Mundial de Saúde) são uma das maneiras mais eficientes de controle da doença no mundo, mas, no Brasil, essa medida tem demorado a acontecer, levando a subnotificação de casos. Estima-se que o país tenha, no momento, em torno de 60 mil pessoas contaminadas já que, segundo especialistas, para cada caso notificado existe 15 subnotificados.