Desde o início da pandemia do novo coronavírus que a discussão sobre a eficiência ou não da cloroquina, e mais recentemente da ivermectina no tratamento da covid-19, tem dividido o país entre aqueles que acreditam na eficácia desse tipo de medicação e outros que veem com ceticismo e preocupação o possível uso indiscriminado do remédio, sem que haja uma comprovação científica de que ele exerça algum tipo de melhora nos pacientes acometidos pela doença que já matou quase cem mil pessoas no Brasil.
Dentre os que veem o uso da cloroquina e ivermectina com preocupação está o promotor de justiça Édipo Soares Cavalcante Filho. Ele é Coordenador do CAOP - Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Saúde do MPPE e tem participado de reuniões on-line promovidas pela 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania para tratar das medidas de combate à covid-19 aqui em Garanhuns. No último encontro, ocorrido dia 30 de julho, Édipo alfinetou a Prefeitura de Garanhuns com relação ao assunto. É que o Secretário executivo da Secretaria de Saúde, Harley Davidson revelou que o município estaria entregando um kit com Azitromicina, Cloroquina, Ivermectina, analgésicos e antitérmicos, a pacientes do Hospital de Campanha do município, deixando claro deixando claro que a prescrição é a critério médico e de acordo com o consentimento livre do paciente que queira fazer uso desses medicamentos.
Após a fala de Davidson, o Coordenador do CAOP indagou como o município está dispensando essa medicação,
pois, segundo ele, preocupa o possível uso indiscriminado desses medicamentos e a necessidade de
informar claramente o paciente de que não há evidência científica da eficácia de qualquer
medicamento no tratamento da Covid.
O promotor ainda perguntou ao município se está sendo garantido o fornecimento da cloroquina aos pacientes para os quais já há prescrição médica, como é o caso do lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumátóide O secretário executivo da Secretaria de Saúde disse que a cloroquina e os demais medicamentos foram adquiridos por solicitação dos profissionais
médicos da rede municipal, sem prejuízo das compras realizadas rotineiramente com
recursos da assistência farmacêutica e embasada em nota informativa do Ministério da
Saúde.
O promotor insistiu em saber se a população está sendo informada de que não existe medicamento com eficácia comprovada contra a Covid 19. Harley afirmou que os médicos prescrevem com consentimento do paciente (que assinam termo de consentimento) e que a medicação mencionada seria uma “tentativa terapêutica de aliviar os sintomas da Covid-19”.
Em reuniões anteriores o promotor Édipo Soares já havia se mostrado contra o uso da cloroquina por médicos, sem que se tenha alguma comprovação científica de que o medicamento faça efeito no tratamento da covid-19. A DISCUSSÃO AINDA VAI LONGE
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