Quando o TSE recebeu o relatório das Forças Armadas por volta das 19 horas desta quarta, 09/11, publicou uma nota que dizia o seguinte.
"Relatório do Ministério da Defesa não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral 2022. O TSE ainda disse que recebeu com satisfação o relatório, que como outros, ( como o do TCU, OAB, USP, UFRPE) não apontou fraude.
Mas o entendimento que o tribunal teve a respeito do documento não foi o mesmo que o próprio autor do relatório, o Ministério da Defesa, teve.
A pasta, comandada pelo general Paulo Sérgio Nogueira, que já serviu aqui no 71º BI Mtz, como capitão, diz que, embora a auditoria não tenha apontado irregularidade, não exclui a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022. A declaração praticamente desmente tudo o que o TSE falou ontem sobre o estudo feito pelos militares acerca das urnas e dá munição aos apoiadores de Bolsonaro para continuarem na frente dos quarteis pedindo intervenção federal.
"O Ministério da Defesa esclarece que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022", diz a nota
NA NOTA O MINISTÉRIO DA DEFESA SEGUE DIZENDO:
" houve possível risco à segurança na geração dos programas das urnas eletrônicas devido à ocorrência de acesso dos computadores à rede do TSE durante a compilação do código-fonte, diz a nota do Ministério da Defesa publicada hoje
"Os testes de funcionalidade das urnas (Teste de Integridade e Projeto-Piloto com Biometria), da forma como foram realizados, não foram suficientes para afastar a possibilidade da influência de um eventual código malicioso capaz de alterar o funcionamento do sistema de votação;
- houve restrições ao acesso adequado dos técnicos ao código-fonte e às bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros, inviabilizando o completo entendimento da execução do código, que abrange mais de 17 milhões de linhas de programação, , diz a nota do MD.
Ainda segundo, a nota do Ministério da Defesa, consequência dessas constatações e de outros óbices elencados no relatório, não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento.
Segundo a nota, o Ministério da Defesa solicitou ao TSE, com urgência, a realização de uma investigação técnica sobre o ocorrido na compilação do código-fonte e de uma análise minuciosa dos códigos que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas, criando-se, para esses fins, uma comissão específica de técnicos renomados da sociedade e de técnicos representantes das entidades fiscalizadoras.
Por fim, o Ministério da Defesa disse que reafirma o compromisso permanente da Pasta e das Forças Armadas com o Povo brasileiro, a democracia, a liberdade, a defesa da Pátria e a garantia dos Poderes Constitucionais, da lei e da ordem.
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