UMA GRANDE EXPLOSÃO ESTREMECEU GARANHUNS
EXPLOSÃO NAS BARRACAS DE FOGOS E A ATUAÇÃO DO 71º
O dia 05 de junho de 1980 iniciou-se como qualquer outro em Garanhuns. Era o Feriado de Corpus Christi e poucas pessoas caminhavam pelo centro. Às 08h15min da manhã, o silêncio foi quebrado por um estampido descomunal. Duas barracas de fogos tinham acabado de ir pelos ares. Um curto circuito teria provocado a tragédia.
As pessoas que estavam no local ficaram totalmente desorientadas tamanho foi o impacto da explosão. O que se viu a seguir foi muita destruição, mortos e feridos. Um homem foi arremessado a uma distancia de 15 metros do local caindo próximo ao Banco do Brasil já sem vida.
Neste acidente duas garotas que trabalhavam na barraca de fogos Santo Antônio vieram a falecer instantaneamente. Conta uma testemunha que o deslocamento de ar provocado pela detonação foi tão grande que da explosão que o braço e a perna de uma das meninas foram localizados a cinqüenta metros de distância .
Mas onde as histórias desta triste tragédia e a do 71º BI Mtz se cruzam. À época os serviços de socorro, resgate e remoção de feridos eram precaríssimos na cidade e quase inexistente. Não existia Samu e a estrutura do Corpo de Bombeiros era insuficiente. Um pedido de socorro chegou ao quartel do Exército por volta das 8h20min ( a explosão aconteceu às 8h10min)
O oficial de dia, auxiliado por seu adjunto, reuniu os militares que encontravam-se de serviço e alguns laranjeiras (militar que reside no quartel) e deslocou-se para o centro. O comandante acionou o plano de chamada convocando os que estavam de folga.
Um dos militares que participaram daquela triste, mas importante missão relembrou em contato com o portal que ao chegar ao local, a primeira preocupação que teve foi com a verificação de feridos, o isolamento e a segurança das lojas, já que a explosão destruiu as portas de vário estabelecimentos comerciais.
Houve tentativas de saques que não lograram êxito pois foram rechaçadas pelos militares do 71º BI Mtz.
Um soldado que serviu naquele ano explicou ao portal que estava de serviço e já se preparando para ir pra casa quando foi acionado. Ele relata que ficou tudo destruído em um raio de 100 metros do local.
Da antiga sapataria imperial,não sobrou nada.Seu Antônio Raimundo barbeiro que trabalhou 40 anos no centro da cidade disse que presenciou tudo.
”FOI ALGO TERRÍVEL, MORRERAM QUATRO PESSOAS. ACREDITO QUE A TRAGÉDIA NÃO FOI MAIOR PORQUE ERA FERIADO. O EXÉRCITO FOI O PRIMEIRO A CHEGAR E FEZ UM TRABALHO DE EXCELÊNCIA AJUDANDO A DIMINUIR OS EFEITOS CATASTRÓFICOS DESTA TRAGÉDIA. FOI IMPORTANTE PORQUE NAQUELA ÉPOCA ACHO QUE NÃO TÍNHAMOS UM CORPO DE BOMBEIROS. SE VEIO FOI DE FORA", frisou.
Um outro militar do 71º BI Mtz, hoje na reserva, ficou incumbido de resgatar as bombas que se espalharam pelo Colunata. Segundo ele, o grande medo de todos era que esses fogos não detonados causassem outras explosões. A presença do batalhão no local foi crucial para um desfecho menos trágico nesse episódio.
O trabalho importante e hercúleo do 71º BI MTZ, fica evidente neste cordel composto na época da tragédia. Nele fica registrada a bravura de nossos soldados. Naquele triste dia de 05 de junho de 1980, os bombeiros Verde-Oliva já justificavam o porque do lema do Exército ser Braço Forte Mão Amiga.
CORDEL COMPOSTO POR UMA TESTEMUNHA OCULAR DA TRAGÉDIA DAS BARRACAS DE FOGOS.
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FOI NO DIA 05 DE JUNHO
QUE A TRAGÉDIA ACONTECEU
QUANDO DUAS BARRACAS DE FOGOS
FEIAS QUE SÓ MUSEU
INCENDIARAM E EXPLODIRAM
QUE GARANHUNS ESTREMECEU
UM CORPO FOI ATIRADO
NO MAIOR BANCO DA NAÇÃO
PASSANDO PELAS VIDRAÇAS
QUE SÓ BALA DE CANHÃO
DEIXANDO O TETO MARCADO
DE SANGUE CARNE E CARVÃO
LOGO UM GRITO DE SOCORRO
CHEGOU AO BATALHÃO
QUE REUNIU SEUS SOLDADOS
EM UMA RÁPIDA MOBILIZAÇÃO
DESEMBARCOU NA AVENIDA
EM DEFESA DA POPULAÇÃO
HAVIA FOGO E FUMAÇA
DESTROÇOS POR TODO LADO
GENTE FERIDA GRITANDO
E O DOM MOURA LOTADO
E SEM TEMER O PERIGO
LA ESTAVA O 71 AMIGO
E SEU CORAJOSO SOLDADO
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