Há alguns anos moradores da Vila do Quartel convivem com uma conta de água salgada por conta da implementação de uma taxa de esgoto por parte da Compesa. O tributo corresponde a 80% do consumo de água. Isso significa dizer que uma conta de 50 reais de água, com o acréscimo dos 80% da taxa de esgoto, sobe para 90 reais, um fardo pesado demais para o morador de baixa renda. A taxa de esgoto também é cobrada nos bairros do Indiano, Cohab I, Massaranduba, Lacerdópolis e loteamento Arco-íris.
"É um absurdo essa taxa. Se pelo menos tivesse uma porcentagem menor, mas 80% em cima do consumo de água, é demais, sobretudo porque penaliza apenas alguns bairros da cidade", frisou um morador da Vila do Quartel.
Já Seu Miguel, morador da Rua Saloá, também na Vila do Quartel, se disse indignado com a taxa, que pra ele é excessiva. Eu pago 45 reais só dessa famigerada taxa de esgoto. Já fui na rádio denunciar. Além da Compesa prestar um péssimo serviço, cobra uma taxa de esgoto altíssima. É um tributo vergonhoso, imoral e ilegal', frisou seu Miguel Datena, como é conhecido o morador.
Quem também está preocupado com a taxa de esgoto da Vila do Quartel e dos demais bairros de Garanhuns onde o tributo é cobrado, é o vereador Johny Albino. Ele é morador da Vila e tem brigado para que a Compesa suspenda a cobrança.
O argumento do vereador é de que a Compesa não tem feito o tratamento completo do esgoto, o que justificaria o cancelamento da taxa.
"A Lagoa de tratamento fica localizada abaixo do bairro de Lacerdópolis. Para lá escoa o esgoto dos bairros do Indiano, Vila do Quartel, Massaranduba, Lacerdópolis Cohab I e loteamento Arco-íris. Entretanto, o meu pedido de suspensão via requerimento é pelo fato de a Compesa não estar fazendo o tratamento correto. Isto porque a taxa, apesar de legal, deve ser cobrada apenas se a empresa estiver executando o serviço, que compreende coleta, transporte e tratamento do esgoto. Acontece que uma tubulação foi deslocada nas proximidades do bairro Lacerdópolis e o esgoto está sendo derramado no local. Então é evidente que, se o serviço não está sendo prestado corretamente, não é correto cobrar a taxa," frisou Johny
Ainda segundo Johny, embora a Compesa tenha reconhecido que existe derramamento do esgoto abaixo do bairro Lacerdópolis, a companhia não vai suspender a taxa, sob o argumento de que ela coleta e transporta o material, mesmo que não seja até a lagoa de tratamento.
Diante da negativa da Compesa, o vereador estuda entrar com uma ação judicial visando obrigar a empresa a suspender a taxa de 80% até que o serviço seja prestado em sua plenitude.
A Arpe, Agência Reguladora de Pernambuco, é o órgão que autoriza e fiscaliza a implantação da taxa. Cidades como Recife e Cabo, por exemplo, pagam 100%, pelo tratamento dos seus esgotos.
Um outro requerimento de Johny, este ainda no Governo anterior, foi protocolado no sentido de que a taxa de esgoto em Garanhuns baixasse para 40% mas, segundo o vereador, para este requerimento ele não obteve resposta.
O portal fez contato com a Compesa, mas, até o fechamento desta publicação, não havia obtido resposta.
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