quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Hacker diz na CPI que Bolsonaro tinha grampo de Moraes e ofereceu indulto a ele caso fosse preso por tentar forjar fragilidade das urnas

 


O hacker Walter Delgatti Neto disse, em depoimento à CPI dos Atos Golpistas nesta quinta-feira (17), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assegurou que concederiau m indulto a ele, caso fosse preso ou condenado pela atuação envolvendo urnas eletrônicas.

Segundo o hacker, a promessa foi feita durante reunião no Palácio da Alvorada, próximo às eleições do ano passado. Questionado pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), se recebeu garantia de proteção do ex-presidente, Delgatti respondeu:



"Sim, recebi. Inclusive, a ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. E como eu estava com o processo da Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia."


No encontro, que teria sido intermediado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o hacker afirma que o ex-presidente questionou se ele conseguiria invadir urnas eletrônicas, para testar a lisura dos equipamentos


Ele queria que eu autenticasse... autenticasse a lisura das eleições, das urnas. E por ser o presidente da República, eu acabei indo ao encontro. [...] Lembrando que eu estava desemparado, sem emprego, e ofereceram um emprego a mim. Por isso que eu fui até eles."


Ao ser questionado pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, Delgatti declarou que se reuniu com membros do PL, em agosto de 2022, antes de encontrar Jair Bolsonaro, para discutir a “fragilidade das urnas ... 



“A ideia era, no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna, colocar um aplicativo meu lá e mostrar à população que é possível apertar um voto e sair outro. Eu faria o código-fonte da urna, não o do TSE.E nesse código meu eu inseria essas linhas, de códigos maliciosos. Feita para mostrar que a urna, se manipulada, sairia outro resultado.Um código-fonte fake”, afirmou o hacker


Ainda Segundo Delgatti, no encontro  com o presidente, Bolsonaro pediu que assessores o levassem a técnicos do Ministério da Defesa, para que pudessem ajudá-lo na atuação.



"A ideia era falar sobre as urnas e sobre a eleição, e sobre a lisura das urnas. E a conversa, ela foi bem técnica, até que o presidente me disse. Falou assim: 'Olha, a parte técnica eu não entendo, eu irei enviá-lo ao Ministério da Defesa e lá, com os técnicos, você explica tudo isso'", disse.


O hacker afirmou que foi levado ao Ministério da Defesa pelo militar Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro. Segundo Delgatti, o militar retrucou a ideia, mas Bolsonaro teria dito que era "ordem minha, cumpra



GRAMPO DE MORAES


Em outra ocasião, Zambelli teria mediado uma ligação de Delgatti com Bolsonaro. Na conversa, o ex-presidente teria dito que obteve um grampo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas que o hacker precisaria assumir a autoria do crime. “Nesse grampo teriam conversas comprometedoras do ministro e ele (Bolsonaro) precisava que eu assumisse esse grampo”, disse Delgatti.

Ainda segundo Delgatti, o suposto grampo de Moraes teria sido feito por uma pessoa que se encontrava fora do País. “A informação que eu tenho é que ele já estava grampeado. Já existia o grampo”, disse Delgatti. “Segundo ele (Bolsonaro), naquela data, havia um grampo concluído”, prosseguiu.

Informações: g1 e Estadão




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