Seu Cícero mora na zona rural de Terezinha e se desloca todos os dias a Garanhuns para trabalhar e levar o sustento para a sua família. Não sabe ler e não teve oportunidade de ser alfabetizado, mas carrega dentro de si um doutorado em honestidade, daqueles que não se aprende nos bancos escolares.
No último sábado, 20 de abril, durante os shows do Festival Viva Garanhuns, ele encontrou um celular da marca iPhone, avaliado em dois mil reais e só sossegou quando o aparelho foi devolvido à dona.
"Estava na festa e fui fazer xixi ali próximo ao INSS, e encontrei o aparelho em cima do muro da praça. Inicialmente pensei que era só a capinha, mas virei e vi que era um celular, daqueles que tem uma maçanzinha atrás. Levei pra casa e fiquei esperando alguém ligar, mas me dei conta que o local que moro na zona rural de Terezinha não dá área. Na segunda, trouxe o celular aqui para Garanhuns conversei com a esposa do meu patrão para fazer uma postagem na tentativa de encontrar o dono,"revelou seu Cícero ao V&C.
Deu certo. Após algum tempo, uma moça entrou em contato e o celular foi entregue.
O V&C localizou a dona do Iphone e conversou com ela. Emilly Cristina Martins Lopes Reyes, tem 20 anos e cursa Pedagogia. Bastante emocionada e com a voz embargada, a universitária disse que percebeu que havia sido furtada naquela noite e se desesperou.
"Puxaram minha bolsa e eu não senti. Depois achei a bolsa no chão e o celular não estava mais lá. Me desesperei muito porque o celular foi um presente de meus pais para mim e sei o quanto eles batalharam para conseguir comprar", desabafou.
Emilly disse que acha que quem a furtou, vacilou e esqueceu ou deixou o celular no murinho e Seu Cícero achou.
"Seu Cícero tem o coração enorme e é um homem muito bondoso. Outra pessoa mal intencionada teria feito todo tipo de maldade. Não tenho palavras para definir a atitude dele. Agradeço demais a ele por todo o cuidado que teve em me devolver o celular comprado com muito esforço pelos meus pais", externou a estudante .
Emilly pontuou ainda que não é comum gestos como o do Seu Cícero e que, pela sua grandeza, o servente de pedreiro se tornou um herói para ela. " Espero que ele seja reconhecido pelo seu ato, e que a atitude dele e o seu enorme coração sirvam de inspiração para muitas outras pessoas" pontuou a universitária, visivelmente emocionada.
Ainda segundo apurou o portal, não é a primeira vez que Cícero acha alguma coisa de valor e devolve. Anos atrás, quando trabalhava no Recife, ele encontrou uma carteira com uma vultuosa quantia em dinheiro e conseguiu devolver ao dono, sendo recompensado com 20 reais. Emilly também fez questão de recompensá-lo pela atitude rara.
Com seu Nokia lanterninha inseparável, Cícero vai seguir com sua vida sendo exemplo para muita gente. "Fiz o que meus pais me ensinaram", disse, o servente.
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