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O Maracatu de Baque Solto Águia Dourada de Glória do Goitá participou do cortejo |
Como forma de homenagear os grupos de maracatu de baque solto, de baque virado e de cavalo marinho de Pernambuco, 150 artistas dessas manifestações culturais percorreram parte da cidade de Garanhuns no final da tarde dessa segunda-feira (20), em um cortejo alusivo a titulação de Patrimônio Imaterial Brasileiro, concedida às três pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em dezembro de 2014. O pedido foi feito pelo Governo do Estado no ano passado e, segundo o coordenador de Patrimônio Imaterial da Fundarpe, Marcelo Renan, homenagens como o cortejo devem ser feitas em outros eventos da instituição ao longo do ano. Desta ação em Garanhuns, participaram as agremiações: Associação Cultural Maracatu Nação Tigre, Maracatu de Baque Solto Águia Dourada de Glória do Goitá e o Cavalo Marinho do Mestre João Piccia.
“Apesar de as pessoas poderem contemplar esses grupos durante outros dias do FIG, no Palco de Cultura Popular e no Palco Mamulengos, precisávamos de uma oportunidade de fazer com que essas manifestações fossem valorizadas em uma ocasião especial, não apenas como atrações musicais”, explicou. Durante o cortejo, os mestres da cultura popular puderam falar sobre suas histórias, além de entoarem canções características dos grupos, juntos, num trajeto que foi finalizado no Parque Euclides Dourado. “Queríamos que eles pudessem falar sobre o que consideram cultura popular e como essa cultura é importante de um modo menos formal, que pudessem expressar o que são já que, para eles, a prática também está atrelada a valores religiosos e sociais”, completou Marcelo.
Integrante do grupo Maracatu Nação Tigre, Leonildo Martins, 30, comunga da opinião do coordenador. Ele, que conheceu o maracatu de baque virado há 14 anos, contou que, em sua família, o ritmo musica já está em sua terceira geração. “Esse é um tipo de coisa que passa de pai para filho, então, além de valorizar nossa cultura, valoriza nossos laços, nossas tradições“, disse.
Desde que o título de patrimônio imaterial foi aprovado, o número de grupos de maracatu e cavalo marinho tem se multiplicado no estado. Os 11 grupos de cavalo marinho, por exemplo, se transformaram em 20. Para a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, o reconhecimento deve fazer com que esse processo continue e, ainda, que antigos mestres voltem a prática. “Compartilhar com a população nossos patrimônios faz parte de um processo de preservação que, com certeza, garantirá vida longa às nossas manifestações culturais, além de fazer com que outras gerações se interessem por elas”, celebrou.
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Cortejo percorreu ruas próximas ao parque Euclides Dourado |
Já o secretário de Cultura do Estado, Marcelino Granja, comentou que relembrar os patrimônios pernambucanos em eventos multiculturais como o FIG também auxilia na preservação das manifestações imateriais. “A cultura brasileira é marcada pela diversidade, e a cultura popular é o que mais dá singularidade ao nosso povo. A partir dessa valorização, a autoestima do pernambucano se eleva, já que, além de preservar suas manifestações culturais, faz com que elas se integrem a outras linguagens, o que mantém as práticas culturais renovadas”, concluiu.
Com informações da Fundarpe