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Aninha Marques: foto - arquivo pessoal |
A voz da radialista Aninha Marques é uma das mais conhecidas do Rádio pernambucano. Natural de Gravatá, ela tem um sólido relacionamento com Garanhuns por quem se declara apaixonada. Com 22 anos carreira, seu sucesso só cresce a cada dia, e parece não caber mais dentro dos estúdios da Marano FM. Seu consagrado programa Salada Louca alçou voo e agora também é apresentado em eventos. Mas quem a ouve diariamente através do rádio, esbanjando talento e profissionalismo, talvez não imagine o quanto ela lutou para ter seu lugar ao sol. Sol com o qual a radialista de 37 anos tem que tomar certos cuidados. Aos 19 anos, Aninha foi diagnosticada com um tipo agressivo de câncer de pele e foi salva, segundo ela, por um milagre divino. Este é apenas um dos assuntos abordados em uma longa entrevista concedida ao V&C. Na conversa, Joseane Marques de Lira, nome completo de Aninha Marques, fala da infância, carreira, projetos e, claro, Garanhuns.
V&C: Quando você começou sua carreira no radio?
Aninha Marques: Começou em 1994, lá em Gravatá, minha terra natal. Na época eu tinha 15 anos.
V&C: E como foi que surgiu o interesse por essa área?
Aninha Marques: Bem, desde criança eu era fissurada por rádio. Acho que essa mania eu herdei dos meus pais. Lembro que meu avô me dava moedas para eu cantar nas rodas de conversa dos amigos dele. Era engraçado; eu tinha até apelido: Maria Trancinha. Na adolescência meu amor pela música só aumentou. Junto com meu primo Sandoval, ouvia programas de música nas rádios Cidade, Transamérica e Jovem Pan . Também assistia muito a MTV que naquela época era bem diferente de hoje. A programação era quase toda composta por clipes nacionais e internacionais.
V&C: Porque Maria Trancinha?
Aninha Marques: É que eu só vivia de tranças naquela época. (risos)
V&C: E a primeira experiência diante dos microfones como foi? Conte-nos sobre esse início
Aninha Marques: Então, em 1994, meu primo teve a ideia de tentarmos comprar um horário na rádio Vale do Ipojuca AM (hoje Canção Nova), em Gravatá. Fizemos um projeto de um programa de noticiário no qual apenas iríamos produzir, ficando a apresentação por conta do locutor Ytupanaci Pereira. Levamos o projeto até o diretor da emissora que botou fé na gente. Conseguimos um espaço de 15 minutos e tínhamos que vender patrocínios para pagar. Lembro que meu primo e eu saíamos no sol de rachar o dia inteiro para vender propaganda. Foi muita ralação, e meus pais diziam que era sem futuro (hoje pensam bem diferente “risos”).
O projeto deu certo, porém, um dia,Ytupanaci Pereira teve que viajar e eu e meu primo tivemos que apresentar o programa como locutores. Eu fiquei muito nervosa. Era minha primeira vez à frente dos microfones de uma rádio. Mas, apesar de tremer feito vara verde, fizemos um bom trabalho e o diretor da emissora gostou muito do que ouviu. Ele elogiou bastante e incentivou a gente a continuar apresentando o programa que tinha o sugestivo nome de Notícias Hoje. Assim se deu o meu início em rádio. De lá pra cá, já se vão 22 anos de carreira.
V&C: Seu primo também virou radialista?
Aninha Marques: Não, ele seguiu outra profissão. Já eu me identifiquei muito com aquele meio. Através do rádio me vi em conexão direta com a música. Foi amor à primeira vista.
V&C: Antes do rádio, trabalhou em alguma coisa?
Aninha Marques: Essa é uma parte da minha vida que faço questão de dizer. Meus pais são ex-agricultores e, quando estavam na ativa, eu trabalhava com eles roçando mato e plantando. Lembro que o primeiro dinheirinho que ganhei foi quando plantei coentro no nosso quintal e depois fui vender de porta em porta na rua onde moro. Botei o coentro numa bacia e logo vendi tudo. Com a graninha que faturei comprei um colarzinho, conhecido como trancilin. Acho que por isso até hoje sou apaixonada por mato e colares (risos).
V&C: Como veio parar na Marano, em Garanhuns?
Aninha Marques: Bem, como falei anteriormente, comecei minha carreira na Rádio Vale do Ipojuca AM. Na sequência passei pela Gravatá FM (Gravatá), Naza FM (Nazaré da Mata), Ternurinha AM (Carpina). Em 1998 surgiu o primeiro convite para trabalhar na Marano e eu aceitei, mas nessa primeira passagem fiquei apenas um ano.
V&C: Mas como surgiu esse primeiro convite da Marano?
Na época eu estava na Rádio Ternurinha AM, do Samir Abou Hana, e fiquei sabendo, através de um amigo que trabalhava comigo, que a rádio Marano precisava de um casal de locutores. Ai viemos até a cidade conhecer a empresa, e, pela primeira vez em Garanhuns, eu me apaixonei de cara pela cidade e senti que aqui eu teria grandes alegrias. Mesmo tendo passado só 1 ano e depois ter ido trabalhar em Caruaru eu tinha convicção que um dia eu voltaria pra cá e 15 anos depois aqui estou eu.
V&C: Depois que deixou a Marano pela primeira vez foi pra onde?
Eu recebi o convite da Liberdade FM de Caruaru e lá fiquei um tempo. Após isso, fui trabalhar Estação Sat (Recife), depois Caruaru FM (Caruaru); em seguida Bezerros FM (Bezerros), Jovem Hits (Recife), Metropolitana FM (Vitória) e Tabocas FM (Vitória).
V&C: E após esse périplo por todas estas emissoras, voltou para a Marano com bem mais experiência?
Aninha Marques: É, depois de de passar por todas essas rádios pintou a oportunidade de voltar para Marano FM em março de 2012 e eu vim na maior alegria.
V&C: Como você se sente tendo passado por tantas rádios do estado? O que isso representa para você, além do acúmulo de uma grande experiência?
Aninha Marques: É um grande privilégio para mim fazer parte de tantas histórias em emissoras diferentes. Sei que estou escrevendo meu nome no rádio pernambucano de forma intensa e participativa. Daqui há alguns anos, sei que serei lembrada por muitos, e sou muito grata a todos que me deram oportunidade. Amo o que faço e sei que esse amor se renova a cada nova experiência.
V&C: Sua ferramenta diária de trabalho é a música. Que cantores você ouve quando não está apresentando seu programa na rádio?
Aninha Marques: Eu sou bem eclética musicalmente, mas, assim como toda pessoa eclética, eu tenho os meus artistas preferidos. É um pouco complicado especificar o que escuto na minha hora de lazer porque depende muito do estado de espírito, ocasião e companhia. Mas vou te dizer quais são os artistas que são especiais para mim e que escuto com mais freqüência. A lista passa por vários estilos: Laura Pausini, R.E.M, Alceu Valença, Guilherme Arantes, Charlie Brown JR, Luiz Gonzaga, Coldplay, Ka’Au Crater Boys, U2, Cazuza, Edson Gomes, Tribo de Jah, Falamansa, Engenheiros, Legião Urbana, Nando Reis, Racionais MC’s, Raul Seixas, O Teatro Mágico, Ana Carolina, Belchior, Bruna Caran, Chico Buarque, Elba Ramalho, Maria Bethânia, Gonzaguinha, Jorge Vercilo, Marisa Monte, Oswaldo Montenegro, Vanessa da Mata, Beth Carvalho e Amado Batista. Tem muitos outros nomes, mas a lista iria ficar enorme (risos).
V&C: O que você já fez em rádio, além de
locução?
Aninha Marques: Muitas coisas que muita gente nem sabe
(risos). Eu já produzi noticiários, já fiz
programas de humor e já fiz algo que
considero parte muito importante da
minha carreira, que foi escrever, produzir,
atuar e dirigir rádio-novela. Fiz duas rádios-novela no tempo em que estava na Rádio
Liberdade FM de Caruaru. A primeira foi “A
Muda” e a segunda se chamava “O Segredo
de Lindalva”. As duas eram de humor. Foi
uma experiência extraordinária, porque sei
que sou uma das pouquíssimas radialistas
do estado a escrever e atuar em rádio
novela.
V&C: Como foi a infância de Aninha Marques em Gravatá?
Aninha Marques: Relativamente simples e tranquila. Sou de uma família modesta de 3 irmãos e sempre estivemos ao lado um do outro. Desde cedo aprendemos lições sobre lutar pelos sonhos e procurar melhorar a cada dia sempre de forma honesta. Meu pai é um dos homens mais honestos que já conheci. É do tipo que, se a moça do caixa do mercado passar por engano 50 centavos a mais no troco e ele ao chegar em casa perceber, volta na mesma hora para devolver. Meus irmãos e eu fomos orientados a sermos honestos em tudo que fizermos e eu tenho muito orgulho disso. Minha infância foi marcada pela presença iluminada do meu falecido avô Jorge. Ele costumava levar eu e meus irmãos e eu para passarmos o dia com ele no sítio. Nossa, sinto muita falta dele e das histórias que ele nos contava. E também da minha avó, Celestina, que me livrava dos castigos e das pisas que minha mãe dava quando eu aprontava e eu aprontava muito (risos).
V&C: Qual a maior adversidade que você já enfrentou?
Aninha Marques: Sem dúvidas foi o câncer que tive aos 19 anos.
V&C: Como venceu a doença?
Aninha Marques: Foi duro receber o diagnóstico aos 19 anos. Eu estava no auge da juventude, e vi minha vida virar de cabeça pra baixo. Hoje eu glorifico a Deus por estar viva e curada, porque ele me concedeu um milagre. Apesar do tratamento duro e doloroso que fiz na época, a minha cura veio através de correntes de orações e em uma delas Deus usou uma irmã da igreja para me dizer: "Você está curada, hoje Deus te curou". Sou grata a esse Deus de amor que me devolveu a saúde e a todos os amigos que oraram e acreditaram num milagre.
V&C: Como foi receber esse diagnóstico aos 19 anos?
Aninha Marques: Cara, foi um dos dias mais tristes e sombrios da minha vida. Eu havia feito uma mini-cirurgia para a retirada de um sinal de nascença que eu tinha na panturrilha esquerda. Após a cirurgia, o material foi levado para uma biópsia. Oito dias depois eu fui buscar o resultado e quando abri o envelope tive um grande susto. Eu estava com um melanoma maligno, um dos tipos de câncer de pele mais agressivos que existe. Graças a Deus, hoje está tudo bem, mas não posso tomar sol e devo usar sempre protetor para que o problema não volte.
V&C: Ficamos sabendo também que você se afogou quando tinha 12 anos. Verdade?
Aninha Marques: Foi. Eu e meus outros dois irmãos, então com 10 e 14 anos na época, nos afogamos na Praia de Porto de Galinhas. Foi muito sério. Na hora achei que não sobreviveríamos. Fomos salvos pelo salva-vidas e, claro, por conta do nosso anjo da guarda que agiu a mando de Deus. Após esse episódio desenvolvi uma fobia e passei 25 anos sem ter coragem de entrar no mar. Só recentemente venci esse medo e entrei na água em uma praia de Maceió, mas bem no raso.
V&C: Você teve ou tem alguma inspiração, um ídolo no qual você se espelha?
Aninha Marques: Quando estava começando em rádio eu adorava ouvir a Luciana Ávila na Metropolitana FM, de Caruaru. Achava, e ainda acho, ela o máximo. Hoje ela é contratada da Rede Globo e participa de vários programas fazendo reportagens, principalmente no Esporte Espetacular. Sem dúvida ela foi minha grande inspiração no rádio e ela sabe disso (risos).
V&C: Já recebeu convites para fazer algo na TV?
Aninha Marques: Sim. Cheguei a fazer há alguns anos atrás alguns comerciais para empresas de Caruaru. Também fui apresentadora num programa produzido para a TV Brasil sobre um super São João que foi promovido em Araripina pelo Governo do Estado. Depois apresentei, por um breve período, um programa de clipes musicais na TV Vitória.
V&C: Seu programa na Marano tem uma audiência estourada. Como consegue manter seu ouvinte com o rádio ligado em uma época em que esse meio de comunicação tem que concorrer com a TV e sobretudo com a internet, seus aplicativos de músicas e suas redes sociais?
Aninha Marques: Acho que o grande trunfo é a interatividade, as mensagens positivas que são passadas, e claro, um repertório musical caprichadíssimo que eu preparo diariamente. Você pode ouvir um pendrive com 5 horas seguidas de músicas, ou um CD, ou rádios da própria internet e tudo ao seu gosto, mas o que o rádio faz, além da música, é informar, interagir e passar mensagens que variam de locutor pra locutor. Eu gosto inclusive de dividir algumas experiências profissionais e até pessoais para meu público. Eu também curto muito isso de propagar mensagens que animam e estimulam a fé e o pensamento positivo nas pessoas. Já existe muita coisa ruim sendo propagada, eu opto pelas coisas boas. Energia boa sempre atrai energia boa. Acho que por isso dá tudo tão certo.
V&C: Mas qual o segredo de tanto sucesso ?
Aninha Marques: Eu tenho uma ligação muito forte com Garanhuns. É algo de alma mesmo. Então gosto de estar aqui fazendo o que faço e quando você gosta do que faz e faz o que gosta, faz bem feito. Contribui para o sucesso também você trabalhar em uma empresa que te dá a liberdade de fazer seus programas da forma que que você gosta e isso acontece comigo na Marano FM. Misturo a boa música com mensagens positivas, com muita alegria para espantar a tristeza. Com isso consegui amealhar um público maravilhoso que me acompanha todos os dias. Muitos destes ouvintes já viraram meus amigos.
V&C: O que você gostaria de fazer profissionalmente que ainda não fez?
Aninha Marques: Nossa, tanta coisa, mas vou te contar uma que está sendo minha maior meta de vida. Sempre amei música. Por isso queria fazer outros trabalhos nessa área, além do que já faço no rádio. Esse é um desejo que nasceu com o fato de o programa Salada Louca, o qual apresento todos os sábados na Marano, ter saído do estúdio para virar atração em eventos. Essa migração do estúdio para rua tem aberto portas para o início de um sonho ainda maior. Estou me dedicando a esse sonho com força total. Estou me especializando cada vez mais naquilo que amo fazer. Quero expandir minha arte pelo mundo.
V&C: Você diz ter uma forte ligação com a música. Já teve ou tem alguma experiência autoral?
Aninha Marques: Sim, isso é outra coisa que poucos sabem, mas é culpa minha por não expor (risos). Eu tenho várias composições e até já me aventurei a cantar numa banda de rock que formei em Caruaru que se chama “Anita e os Garibaldis”, mas o tempo da banda foi curtíssimo, pois eu recebi um convite pra trabalhar em Recife e tive de mudar os planos na época. Mas eu continuo compondo e tenho até música minha gravada profissionalmente por outros artistas.
V&C: E como está sendo essa experiência do Salada Louca fora do Estúdio?
Aninha Marques: Ótima. O Salada Louca é a menina dos meus olhos (risos). Devido ao grande sucesso do programa, eu resolvi levá-lo para a balada e tem sido também uma crescente na minha vida. Cheguei a fazer oito eventos em um mês e todos foram um sucesso total. Já fiz em outras cidades e pretendo estender ainda mais para outras regiões e quem sabe até para outros estados.
V&C: Falando em eventos públicos, alguns fãs revelaram o desejo de ver você apresentando o Festival de Inverno, no palco principal. Já ouve algum convite?
Aninha Marques: Ainda não, mas é um grande sonho. Acredito que não só meu, mas de muitos comunicadores. Já apresentei grandes palcos em grandes eventos do Estado de Pernambuco e quando pintar a oportunidade sei que estarei preparada para encarar o do FIG que é um dos maiores eventos culturais do Brasil e é claro que muita gente tem esse desejo de estar inserida no contexto. Acredito que minha vez chegará no momento certo, e será uma grande honra.
V&C: Mata a curiosidade dos nossos leitores. Qual o seu nome completo?
Aninha Marques: Joseane Marques de Lira.
V&C: Isso é realmente uma surpresa porque achávamos que seu primeiro nome era Ana. De onde vem então o nome Aninha Marques?
Aninha Marques: De Joseane virou Ane, de Ane virou Aninha. Dai batizei o nome artístico Aninha Marques porque Aninha é minha cara. Acho que tenho uma ligação espiritual com o nome Ana. Sou Joseane, mas me sinto totalmente Ana.
V&C: E apelido você tem algum?
Aninha Marques: Além de Aninha? Ahh, tem muitos. Na lista tem Any, Anosa, Anete, Anita Catatau, Aníssima, Picolé de coco (por eu ser muito branca), e alguns bem toscos como Boca de Prata e Capi Capi ( risos)
V&C: Depois desse momento de descontração vamos voltar a falar de coisa séria. A gente apurou que você criou um projeto social chamado MVA? O que é exatamente o MVA?
Aninha Marques: MVA é a sigla de Movimento Viva o Amor. O projeto foi criado para espalhar amor através de atos sociais como campanha de arrecadação de roupas, alimentos e brinquedos. Mas essa é só uma parte uma parte do objetivo do MVA. Eu sempre tive vontade de juntar pessoas do bem para algum tipo de conexão mais humana com outras pessoas. Isso vai além doar materiais coisas do tipo objeto, o que penso é em doação também de sentimentos sinceros.
V&C: Qualquer pessoa pode participar deste movimento?
Aninha Marques: Sim qualquer pessoa pode ajudar sem burocracia. Como disse, o objetivo é espalhar amor por todos os lados. Atualmente acontecem três campanhas por ano. Páscoa, Inverno e Natal e todas arrecadam itens para crianças e adultos de acordo com a época e a necessidade delas. Há muitos planos e idéias para serem lançados pelo MVA este ano e eu espero juntar o máximo de pessoas para isso.
V&C: E sobre política? Já recebeu algum convite para ser candidata a algum cargo público?
Aninha Marques: Não, Não. Já ouvi muitas sugestões de que eu me daria bem entrando na política por ter carisma e boa comunicação, mas eu não tenho interesse. Não é minha praia.
V&C: Mas a política da cidade está carente de mulheres bem intencionadas. Não aceitaria se candidatar a vereadora, por exemplo?
Aninha Marques: Não. Não tenho interesse em entrar na política.
V&C: Você diz que política não é sua praia, mas como formadora de opinião declarou voto na presidente Dilma em 2014. Sabemos que o país vem enfrentando uma grave crise econômica, situação bem diferente da mostrada pela petista durante a campanha. Votaria nela novamente?
Aninha Marques: Veja bem. Quando digo que politica não é minha praia eu me refiro a entrar no mundo político, mas fora isso eu me ligo sim na política de forma participativa como nós cidadãos temos que fazer. Quanto ao apoio a presidente Dilma, eu posso dizer que fiz isso de forma intensa quando ela concorreu ao seu primeiro mandato. Já no segundo, eu votei nela sim, mas não me manifestei muito não, por alguns motivos. Meu candidato era o Eduardo Campos, mas com sua trágica morte eu optei por votar na Dilma. Agora não tem como votar, pois ela está no segundo mandato, mas se houvesse possibilidade de um terceiro mandato eu realmente não sei te responder, porque isso ia depender de quem estivesse disputando o cargo com ela.
V&C:Você disse que tem ligação forte com Garanhuns, mas nasceu em Gravatá. O que acha dessa polêmica envolvendo a Cidade das Flores (Garanhuns) e sua cidade natal (Gravatá)?
Aninha Marques: Olha, tudo que sei é que o povo de Gravatá ama Garanhuns. Até hoje nunca ouvi alguém de lá fazendo críticas à Garanhuns. Acho que esse certo ar de disputa começou desde os tempos em que Gravatá recebeu o título de Cidade das Flores, mas isso não foi tomado de Garanhuns, foi conquistado pelo investimento que a cidade fez na sua produção. E agora teve a mudança do Festival de jazz de Garanhuns para Gravatá, mas acredito que a grande maioria entende que não há disputa de cidades. Cada uma tem seu potencial e seus atrativos.
V&C: Falando em jazz, você foi para o Gravatá Jazz Festival 2016? O que achou dessa transferência daqui para lá?
Aninha Marques: Sim, fui. Gravatá ganhou muito com essa mudança, porém, a população de Garanhuns não gostou nem um pouco. Era de se esperar né? Toda mudança tem suas consequências boas ou ruins.