sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Tarde do 2º dia de júri do trio de supostos canibais é dedicada a defesa dos réus; SENTENÇA DEVE SAIR AINDA HOJE

View image on Twitter

Foi reaberto às 13h10 (horário local) desta sexta-feira (14) o julgamento dos três acusados de canibalismo em Pernambuco. A previsão é de que os três advogados de defesa levem duas horas e meia para fazer suas explanações. Em seguida, haverá um debate. É o segundo dia de julgamento de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva pelo homicídio quadruplamente qualificado, violação e ocultação de cadáver de Jéssica Camila da Silva Pereira, de 17 anos, ocorrido em Olinda, em 2008, - ela é uma das três mulheres que teriam sido mortas pelo trio. O júri acontece no Fórum de Olinda, no Grande Recife e a juíza é a titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Olinda, Maria Segunda Gomes de Lima.

O trio é acusado de ter esquartejado o corpo da vítima, à época com 17 anos, e guardado pedaços da carne para consumo humano, caracterizando o canibalismo. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, os restos mortais da vítima ainda foram ocultados; crime aconteceu em maio de 2008, no Loteamento Boa Fé 1, bairro de Rio Doce, Olinda. De acordo com a polícia, a carne dos corpos das vítimas era fatiada, guardada na geladeira e consumida pelo trio. A criança, inclusive, também teria comido da carne da mãe. Eles teriam até utilizado parte da carne das vítimas para rechear coxinhas e salgadinhos que vendiam em Garanhuns.

 O QUE DISSE A DEFESA DE JORGE NEGROMONTE
O primeiro depoimento da tarde é o da defesa de Jorge Beltrão, a advogada Tereza Joacy. Ela começou a explanação com a oração de São Francisco, dizendo também que "é mais fácil estar na cruz do que estar sentado aqui hoje". "Se ele não tem deficiência, de tudo que mostra o processo aqui, mata que é bicho", aponta Tereza, lembrando o histórico do acusado no Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs) de Garanhuns.
View image on Twitter
Defensora de Jorge Beltrão Negromonte sustenta a tese de que canibal tem distúrbio mental
A advogada leu trechos com relatos de problemas de desequilíbrio e de remédios tomados pelo acusado, inclusive alguns para tratamento de esquizofrenia. A defensora fez críticas ao depoimento do psiquiatra Lamartine Holanda, que deu o laudo de sanidade dos réus. "O psiquiatra aqui fez apenas um discurso. A mesma que ele faz para um, está para os outros". A defensora pública lembrou também a questão do riso de Bruna, questionando se não seria uma reação do nervoso, ao invés de ironia como poderia ser interpretado, assim como a apatia de Jorge. Confira mais detalhes do que foi dito pela defesa de Jorge clicando  AQUI

DEFESA DE ISABEL SUSTENTA DEPENDÊNCIA DELA EM RELAÇÃO A JORGE
Já o defensor de Isabel Cristina, Paulo Sales, começou seu discurso falando sobre Jorge Beltrão, relendo trecho do livro escrito pelo acusado. "Infelizmente, quando se analisa esse julgamento, se vai pelo código penal, mas não vê o aspecto do agente criminoso, de como se deu esse fato delitivo", afirma. Paulo pediu ainda a exibição de um vídeo com o depoimento de um dos irmãos de Jorge, em que ele fala sobre o temperamento explosivo do canibal. "Ele diz que a mulher do irmão dele [Jorge] tinha que andar na linha dele, era uma determinação que ele tinha em relação a ela", aponta, sugerindo a inocência de Isabel. Veja mais detalhes da explanação da defesa de Isabel clicando AQUI
View image on Twitter
Advogado de Isabel defende que ela era dependente emocionalmente de Jorge
O advogado Rômulo Lyra, que defende Bruna Cristina Oliveira, que vai tentou convencer os jurados da tese de menor participação de sua cliente, buscando uma redução da pena. "É inegável o quanto as duas amavam o Jorge e ambas tinham muito medo do que aconteceria se elas não fizessem o que ele mandava", aponta o advogado.

"Bruna era uma jovem que tinha o sonho de fazer odontologia e se apaixonou por Jorge. Ele a seduziu" disse o advogado. Em outra parte de sua explanação ele leu um texto do livro de Jorge em que o suposto canibal fala que Bruna tinha o cheiro do cio. Ele culpou a influência de Jorge Beltrão, 51, sobre elas na participação dela nos crimes de assassinar, esquartejar, comer a carne e esconder os restos mortais da moradora de rua Jéssica Camila da Silva Pereira, 17, em 2008. Em relação à participação da acusada no crime, Rômulo Lyra afirmou que aconteceu por amor, dependência financeira e moral e medo. "Bruna era uma vítima em potencial, sim, do Jorge", afirmou. O advogado usou a mesma tese que a defesa de Isabel, de que houve coação moral irresistível, alegando que não houve formas de ela se negar a participar do crime. Para concluir, ele repetiu uma frase que já havia dito no início: "O homem é maior que o seu erro."Confira íntegra do que disse a defesa de Bruna clicando  AQUI

View image on Twitter
Advogado de Bruna Cristina defende que ela teve menor participação no crime

'Canibal feliz' ( FALA DA PROMOTORA)
O recesso para almoço foi anunciado depois de uma manhã de explanações da promotoria. A promotora Eliane Gaia falou por pouco mais de duas horas. Ela destacou a crueldade do trio ao cometer o crime e a frieza na execução. "Nunca tínhamos visto um caso de canibalismo", disse logo no começo da explanação, apontando ainda a frieza de Jorge Beltrão, "esse olhar que não muda nunca".

A promotora defendeu ainda a falta de lógica da seita Cartel, da qual os acusados diziam fazer parte. Para ela, isso serviu apenas como desculpa para a tese da insanidade. "Obviamente eles estavam obedecendo a um ritual que não tinha lógica, você se alimentar de uma pessoa impura para se purificar. Foi disso que Jorge se aproveitou, dizendo 'sou louco, sou louco, sou louco'. A justiça você não vai conseguir manipular", falou. Durante a explanação da promotora, Bruna riu, fazendo Eliane Gaia chamá-la de "Canibal Feliz".

Foi exibido um vídeo, sem áudio, da fase de depoimentos. "Você vê dona Isabel ali, nervosa, e ele sempre essa parede. (...) Olha a cara de preocupação,  nenhuma, simplesmente indecente, pervertido, frio calculista, incapaz de sentir pena, é isso que Jorge é, a Bruna e Isabel também", disse a promotora.

Na conclusão, ela relembrou o livro escrito Jorge que descrevia os crimes e leu trechos em que ele detalhava os homicídios. "Ele aqui diz que planejou, 'plano macabro de destruir a adolescente maldita'. Como pode ser louco?" Cada um tem a sua verdade. Eles mataram porque acreditavam que estavam fazendo a coisa certa", pontuou.

G1 e NE10

VEJA TRECHO EM ÁUDIO DOS DEPOIMENTOS DE BRUNA , ISABEL E JORGE, DISPONIBILIZADOS PELA RÁDIO JORNAL DO RECIFE CLICANDO AQUI

Produtores rurais de Garanhuns já podem sacar benefício do Garantia Safra

Link permanente da imagem incorporada
O Governo Municipal, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, informa aos produtores rurais contemplados no Programa Garantia Safra, que o pagamento da primeira parcela, no valor de 170,00 reais, já se encontra disponível na conta do beneficiário. De acordo com Elaine Fabíola, responsável pelo programa no município, o produtor pode sacar o dinheiro diretamente com o cartão do Bolsa Família na Caixa Econômica Federal ou nas lotéricas.

Caso o produtor não possua o cartão do Bolsa Família, ele poderá sacar o dinheiro através do número do NIS (Número de Identificação Social), do comprovante de residência, da carteira de identidade e do CPF. Nesse caso, o saque poderá ser feito apenas na agência da Caixa Econômica do centro de Garanhuns. Já os produtores que perderam ou não têm o número do NIS, devem procurar a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, localizada no Centro Administrativo, na avenida Caruaru, s/n.

Secom PMG

Pé de maconha é encontrado pela PM em casa de menores traficantes em Garanhuns

Imagem meramente ilustrativa
Em uma abordagem de rotina no Parque Euclides Dourado, no dia de ontem (13/11), a PM apreendeu 3 menores comercializando cigarros de maconha ao preço de dez reais. Após busca mais minuciosa da casa dos três, foram encontrados mais nove papelotes de maconha e um pé da conhecida erva, no quintal de uma das residências vasculhadas pelos policiais no bairro São José. As folhas da canabis estavam mais verdinhas que a bandeira do Brasil, mas, como aqui não é Uruguai e o presidente não é Mujica, o mato foi arrancado e os menores conduzidos até a delegacia. 

FOTOS: Júri do trio canibal entra no 2º e, provavelmente, último dia

Jorge Beltrão, 52 anos, Isabel Cristina, 53, e Bruna Cristina, 28, são os réus do julgamento / Foto: Luiz Pessoa/ NE10
Trio ouve a promotora no 2º dia de júri
Teve início às 9h40 (horário local) desta sexta-feira (14), no Fórum de Olinda, no Grande Recife, o segundo dia do júri popular do trio acusado de canibalismo em Pernambuco. Por volta das 9h, chegou ao local o primeiro dos três acusados, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira. Às 9h30 chegaram as outras duas rés, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva. O júri analisa o homicídio quadruplamente qualificado, violação e ocultação de cadáver de Jéssica Camila da Silva Pereira, de 17 anos, ocorrido em Olinda, em 2008, - ela é uma das três mulheres que teriam sido mortas pelo grupo.
Isabel chora quase que o tempo todo durante júri
Os três são acusados de ter esquartejado o corpo da vítima, que na época tinha 17 anos, e guardado pedaços da carne para consumo humano, caracterizando o canibalismo. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, os restos mortais da vítima ainda foram ocultados; crime aconteceu em maio de 2008, no Loteamento Boa Fé 1, bairro de Rio Doce, Olinda.
Chegada de Isabel Cristina ao fórum de Recife
Antes do julgamento começar, Bruna mostrou um papel a Jorge. Isabel parecia bastante abalada, estava chorosa e nervosa. A juíza titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Olinda, Maria Segunda Gomes de Lima, preside a sessão. A audiência da quinta (13) foi suspensa a pedido das partes - nesta sexta-feira cada uma delas deve expor suas teses e haverá um debate entre acusação e defesa. A juíza acredita que, se não houver réplica e tréplica, o julgamento acabe por volta das 16h.
Chegada de Bruna ao fórum
Promotora durante sua primeira explanação


Crueldade
A primeira exposição é a da promotora Eliane Gaia. Ela destacou a crueldade do trio ao cometer o crime e a frieza na execução. "A diferença [desse crime para os que julgamos costumeiramente] é que nunca tínhamos visto um caso de canibalismo, em que um ser humano come a carne de outro ser humano, comeram com extrema perversidade", disse logo no começo da explanação, apontando ainda a frieza de Jorge Beltrão, "esse olhar que não muda nunca".

Eliane defendeu ainda a falta de lógica da seita Cartel, da qual os acusados diziam fazer parte. Para ela, isso serviu apenas como desculpa para a tese da insanidade na hora de cometer os crimes. "Obviamente eles estavam obedecendo a um ritual que não tinha lógica, você se alimentar de uma pessoa impura para se purificar. Foi disso que Jorge se aproveitou, dizendo 'sou louco, sou louco, sou louco'. A justiça você não vai conseguir manipular", falou. Durante a explanação da promotora, Bruna riu, fazendo Eliane Gaia chamá-la de "Canibal Feliz".

VEJA FOTOS DO 2º DIA DE JÚRI

Foi exibido um vídeo, sem áudio, da fase de depoimentos. "Você vê dona Isabel ali, nervosa, e ele sempre essa parede. (...) Olha a cara de preocupação,  nenhuma, simplesmente indecente, pervertido, frio calculista, incapaz de sentir pena, é isso que Jorge é, a Bruna e Isabel também", disse a promotora. 

A juíza chamou a atenção de Isabel Cristina por estar se manifestando durante a explanação do Ministério Público. Da plateia, não era possível ouvir o que a ré dizia, apenas se via as sinalizações negativas com a cabeça a cada vez que a promotora dizia algo contra Jorge.

A advogada Tereza Joacy defende que seu cliente, Jorge Beltrão, não era totalmente consciente do que fazia, sendo semi-imputável. "Ele não era normal, foi acompanhado por quatro anos no CAPs de Garanhus. A própria Bruna disse que ele tinha suas crises", explica a advogada, que não nega a participação, mas busca uma redução de pena.

Já o defensor de Isabel, o advogado Paulo Sales, segue a tese de que sua cliente foi coagida a agir. "A participação dela foi trazer a Jessica para trabalhar na casa deles. A minha cliente participou obrigada pelo Jorge, que era seu marido e amante de Bruna. [...] Ela tinha medo de ser a próxima vítima", diz  Sales.
O advogado Rômulo Lyra, que defende Bruna Cristina Oliveira, afirma que vai tentar convencer os jurados da tese de menor participação de sua cliente, buscando uma redução da pena. "O depoimento da minha cliente foi muito bom para defender a tese da menor participação. É inegável o quanto as duas amavam o Jorge e ambas tinham muito medo do que aconteceria se elas não fizessem o que ele mandava", aponta o advogado, que ainda fez críticas ao psiquiatra Lamartine Hollanda. "Ele não respondia diretamente às perguntas da defesa, mas acabou por responder à juíza e a promotora. [...] No geral, a avaliação de ontem é muito boa, houve bastante esclarecimento", afirmou.

G1/NE 10

Marido de mulher que faleceu ao se jogar de prédio em bairro do Recife também morre em acidente ao se deslocar para o enterro da esposa

acidente carpina
Foto após o acidente - créditos Marlus Costa

Uma tragédia se abateu sobre um casal no dia de ontem (13/11/2014) no Recife. Pela manhã, uma mulher morreu ao se jogar do décimo andar do edifício Áuria Bayer no bairro da Madalena, no Recife RELEMBRE. As causas que a levaram a tirar sua própria vida de maneira tão trágica são desconhecidas.  O  que parentes e amigos, ainda abalados pelo suicídio, não poderiam jamais imaginar é que o marido da mulher morresse horas depois dela de forma igualmente triste. Ele se deslocou em um Siena do Recife em direção a Nazaré da Mata para participar do velório e enterro de sua esposa quando, nas imediações de Carpina ( BR-408), invadiu a pista contrária, bateu em um ônibus e morreu na hora. Uma mulher que vinha no banco do carona e trabalhava para a família foi socorrida para um hospital. No ônibus ninguém se feriu.

suicidio 2
Na manhã desta quinta (13/11) esposa se jogou de um prédio de 10 andares na Madalena

OPERAÇÃO OMNI:Justiça Federal em Garanhuns nega pedido de liberdade a acusada de fraudar Previdência


A 23ª  Vara da Justiça Federal, subseção Garanhuns, negou pedido de liberdade provisória a Lúcia de Fátima de Lira Ribeiro. Ela foi uma das pessoas presas pela Polícia Federal no final do mês passado na Operação OMNI, deflagrada para desarticular uma quadrilha que fraudava a previdência em cidades pernambucanas. Estima-se que a fraude tenha causado um prejuízo de cerca de 12 milhões de reais aos cofres públicos. Além de Lúcia, foram presas mais 12 pessoas, entre elas, Flávio Eduardo Francisco da Silva, servidor do INSS, residente aqui em Garanhuns, cuja prisão foi considerada uma trapalhada da PF, já que ficou provado que o rapaz nada tinha a ver com a pilantragem que ocorria no esquema criminoso. Com a decisão, Lúcia continua cumprindo a prisão preventiva decretada no dia da operação OMNI.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Oportunidade de emprego em Garanhuns com salário de 1. 500 reais mais comissão



CONSULTOR DE VENDAS EXTERNAS EM GARANHUNS

Atento Brasil S.A.

Multinacional, líder na gestão de relacionamento com clientes com mais de 90.000 funcionários e eleita uma das melhores empresas para se trabalhar.


ATUAR COM VENDA EXTERNA E CONSULTIVA NO SEGMENTO DE MAQUINETAS BANCÁRIAS. VISITAR PERIODICAMENTE OS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS PARA CREDENCIAMENTO. O CANDIDATO DEVE POSSUIR CARRO OU MOTO

Escala 6X1
Salário: R$ 1.500,00 + comissão
Ajuda de custo Até R$ 450,00
Vale Refeição/Alimentação
Assistência médica
Assistência odontológica
Auxilio creche
Auxilio para crianças especiais
Convênio com faculdades
Convênio com escolas de idiomas
Participação nos lucros
Plano de carreira

Experiência com vendas externa
MÉDIO COMPLETO, DESEJÁVEL SUPERIOR COMPLETO OU EM ANDAMENTO

MAIS INFORMAÇÕES AQUI 

Para candidatar-se  a vaga  os interessados devem se cadastrar no site: www.atento.com.br ou enviar um e-mail com o Currículo  para recrutamentoselecao@atento.com.br fazendo menção a vaga de Garanhuns, ou ainda tentar cadastrar-se no link acima ( MAIS INFORMAÇÕES)

Confira resumo e depoimentos do 1º dia de júri de trio acusado de canibalismo em Olinda e Garanhuns

Carnificina na casa dos horrores superava o filme Jogos Mortais, disse uma das acusadas em depoimento prestado nesta quinta-feira (13/11/2014)


Após dez horas de julgamento, chegou ao fim o primeiro dia de audiência do trio acusado de matar, esquartejar, ocultar o cadáver e praticar canibalismo contra a adolescente Jéssica Camila, em Olinda, há seis anos. A filha da vítima, que estava em poder dos três, na época com dois anos, também teria comido a carne da própria mãe. Nesta quinta-feira (13), pela primeira vez, os três acusados conhecidos como 'Canibais de Garanhuns' quebraram o silêncio e se pronunciaram sobre os crimes. O professor de educação física Jorge Beltrão, 53, confessou ter matado a vítima. Por sua vez, as outras acusadas, Isabel Pires, 53, e Bruna Silva, 24, admitiram auxiliar na ocultação de cadáver e apontaram o réu como líder do grupo. A sessão será retomada nesta sexta (14), às 9h.

Relembre o caso

O julgamento acontece no Fórum de Olinda e é presidido pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima. O trio começou a ser investigado em 2012, após a descoberta de restos mortais na residência onde eles viviam, em Garanhuns, no Agreste - município onde ocorreram outros dois crimes pelos quais o trio ainda não foi julgado. Na época, à polícia, os três acusados disseram ter cometido os assassinatos porque faziam parte de uma seita conhecida como "Cartel". Ainda disseram que carne humana teria sido usada para a fabricação de empadas e coxinhas que eram vendidas na cidade. O trio responde por homicídio quadruplamente qualificado - por motivo fútil, com emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e para assegurar impunidade -, ocultação de cadáver, entre outros crimes. 

Ainda nesta quinta, forma ouvidas as testemunhas e os réus. Terminada a fase de depoimentos, terão início, nesta sexta, os debates, que podem durar até nove horas. Ao fim dessa etapa, os jurados, em sala reservada, responderão aos questionamentos que definirão se os réus serão condenados ou absolvidos. Por último, a magistrada retorna ao salão do júri para ler a sentença.

A defesa insiste na tese de que eles apresentam distúrbios mentais, no entanto, o laudo psiquiátrico solicitado apresentou resultado contrário.De acordo com a promotora Eliana Gaia, os três são lúcidos. "Eles foram submetidos a exames psiquiátricos. Jorge é inteligente e manipulador e inventou sofrer de esquizofrenia paranoide (doença que causa alucinações de vozes e delírios de perseguição). Ele tem uma maldade incomum", declarou. Por sua vez, a defensora Tereza Joacy disse que Jorge estaria tomando medicações que o levavam a ter os sintomas da esquizofrenia. "Ele não tinha a doença, mas apresentava os sintomas causado pelas drogas", explicou. O advogado de defesa Paulo Sales se baseou na tese de exclusão de culpabilidade, alegando que Isabel Pires teria praticado o  crime sob coação.

O júri popular atrai a atenção da sociedade, inclusive, de importantes nomes da criminologia do país. Atenta ao caso há dois anos, a pesquisadora e escritora Ilana Casoy está na primeira fila da audiência. Reconhecida internacionalmente pelas consultorias que presta para a polícia, ela já chegou a entrevistar o trio. A especialista já confirmou que fará um documentário sobre o caso. Ela tem quatro livros publicados, entre eles: O Quinto Mandamento, que narra o assassinato do casal Richthofen, e A Prova é a Testemunha, sobre o caso Nardoni. Outro assento é ocupado pelo jurista José Paulo Cavalcanti Filho, biógrafo de Fernando Pessoa e membro da Comissão Nacional da Verdade.

O julgamento - Testemunhas

A primeira testemunha a depor, na manhã desta quinta-feira, foi o psiquiatra Lamartine de Holanda. O especialista foi enfático ao dizer que Jorge Beltrão não sofre de esquizofrenia. "A esquizofrenia é uma forma de rotular algo que não existe. Mesmo assim, das várias formas de se interpretar essa 'doença', nenhuma se aplica ao caso", declarou. A testemunha de acusação trabalhou como perito no caso. O laudo psiquiátrico, solicitado pela defesa, mostrou resultado contrário. "Os três são independentes e mentalmente sãos", concluiu.

Em seguida, o delegado Paulo Berenguer, responsável pelo inquérito policial que investigou o caso, prestou depoimento. De acordo com ele, os três confessaram o crime e cada um tinha uma responsabilidade na ação. "Isabel, por exemplo, cooptou Jéssica. Eles também admitiram o canibalismo. A carne era temperada normalmente pelas acusadas e servida junto com o resto normal de comida. A idéia era comer a carne purificada da vítima para que a purificação atingisse a todos", acrescentou. Segundo Berenger, Paloma, de Lagoa do Ouro; Maria, de Garanhuns e Yolanda, de Olinda, seriam as próximas vitimas. "Eles ofereciam empregos de doméstica pagando um valor maior que o do mercado", esclareceu o delegado.

O julgamento - Acusados

Jorge Beltrão Negro Monte da Silveira 


Por volta das 13h30, o primeiro acusado começou a prestar depoimento. Jorge Beltrão, apontado como mentor dos crimes, contou - de olhos fechados - os detalhes do esquartejamento, mas negou que a carne humana tivesse sido usada na produção de salgados vendidos em Garanhuns, no Agreste. Além disso, o réu alegou nunca ter siso entrevistado pelo psiquiatra forense Lamartine de Holanda. Disse tomar remédio controlado e confirmou que a morte de Jéssica estava escrita no livro "Relatos de um Esquizofrênico", de sua autoria. 

Ainda durante o depoimento, alegou estar arrependido da morte de Jéssica e dos crimes praticados em Garanhuns, mas não quis falar sobre os casos do Agreste. "Foi um momento de extrema fraqueza e me sinto na posição das pessoas que perderam seus entes queridos. Minha verdadeira prisão é minha consciência. Meus colegas de cela ficam agoniados quando estou sem remédio porque dizem que eu fico nervoso, agitado.  Mas eu não lembro disso. Essa depressão é por causa das vítimas", disse.  

Quando questionado sobre quantas pessoas tinha matado, foi categórico ao dizer que foram "só as três". "Foi uma extrema fraqueza", falou para justificar a morte da adolescente. Sobre a seita 'Cartel', disse que a criou há muito tempo, mas não havia atividade. "Cheguei a fazer doações para ONGs e umas três ou quatro famílias. Fazíamos doações de alimentos e denominamos de Cartel. Foi quando resolvi fazer esse trabalho com Bel e Bruna". 

E terminou o depoimento pedindo para rezar. "Pai celeste, em nome do seu filho Jesus, obrigado pela oportunidade de falar a verdade. De estar aqui pagando por algo que fiz. Também gostaria de pedir consolo para as famílias que perderam seu parentes e também por Bel e por Bruna".

Isabel Cristina Pires da Silveira 


A primeira das mulheres a se pronunciar foi Isabel Pires e o depoimento durou aproximadamente duas horas. A acusada disse não ter participado da morte de Jéssica. "A conheci porque estava querendo um filho para criar e fiquei comovida com a menina (filha da vítima), que estava desnutrida", contou. "Entendo que ajudei na ocultação do cadáver, mas não estava na hora do esquartejamento. Eu subi, fiquei com a criança. Quem esquartejou foi só o Jorge". E detalhou a execução. "A Bruna pegou a faca das minhas mãos e entregou ao Jorge para que ele a matasse. Eu estava segurando a pequena. Fiquei muito nervosa. Ela disse que comeu a carne de Jéssica grelhada com arroz. A criança também comeu. Ela estava lá com a gente, estava fazendo parte da família".

No depoimento, justificou o silêncio diante dos crimes do marido. "Sou dependente emocional de Jorge. Fiquei calada com medo de que ele me deixasse", confessou. Isabel Pires confirmou que também se alimentou da carne de Jéssica, mas negou os salgados. "A parte da coxinha não era verdade, eu inventei porque estava com medo de apanhar na delegacia e queria ir para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) com eles", disse. Segundo ela, Bruna Silva, a outra acusada, ligava para as vítimas, mas Jorge Beltrão era o responsável pela seleção. Ainda disse não ter participado das outras mortes. "Havia uma outra pessoa a ser executada. Porque o Jorge tinha esse negocio de Cartel. Mas antes de Jéssica não teve morte alguma", salientou. 

"Os objetivos eram purificação, cuidar das pessoas, procurar aquelas pessoas que tinham problemas, não trabalhavam e não tinham objetivo", concluiu a ré. 

Bruna Cristina de Oliveira da Silva

De acordo com a acusada, Jéssica foi escolhida por ser uma menina de rua, mas havia outra pessoa para ser levada. "Uma tal de Jandira, outra moradora de rua que tinha 20 anos. "A gente ia sequestrar a criança, mas não tínhamos condições de pagar pelo registro. Por isso, decidimos pegar a Jéssica que era mais nova e mais humilde. Era uma presa mais fácil". Além disso, Isabel a teria escolhido porque Bruna poderia se passar por ela. A criança acabou sendo registrada duas vezes. Ao detalhar a morte da adolescente, a ré também alegou não ter participado do esquartejamento.

"Por medo, por ameaça do meu pai, tive que fugir de casa e não dei qualquer noticia para a minha mãe durante sete anos. Eu fiquei apavorada. Nunca vi isso nem em filme. Jogos Mortais perdia. Minha Nossa Senhora, tremi tanto. Eu e Isabel limpamos tudo e pegamos os restos mortais. O Jorge cavou quatro buracos", explicou. A acusada, no entanto, diferente da outra ré, disse que a menina não comeu a carne da própria mãe. "Eu comi porque o Jorge disse que na Bíblia estava escrito que se matasse tinha que comer. Mas eu revirei a Bíblia toda e não achei isso", debochou.

Segundo ela, o comportamento do acusado mudou com o passar do tempo. "No começo de tudo, o Jorge parecia ser um homem normal, mas ao conviver com ele fui começando a ver as bipolaridades mentais", destacou. Ao ser questionada sobre a sanidade dele pela promotoria, não hesitou. "Normal ele não é".

O sarcasmo da acusada durante as resposta levou Eliana Gaia a pedir seriedade e a perguntar o porquê dela rir pelo canto da boca ao lembrar o caso. "Eram eles que me mandavam fazer as coisas. Eu só tinha que fazer. Crime de falsidade ideológica e participar de homicídio. Tudo ideia deles", tangenciou. Para a defesa, Bruna Silva disse que Jorge Beltrão era o líder do Cartel, embora, em depoimento, o acusado tenha dito que não existia líder na seita. "Hoje eu sou uma pessoa que tenho que pagar pelo que fiz, pelas coisas que eu encobri. Gostaria de pedir perdão a Seu Emanuel, pai de Jéssica, apesar de eu não conhecê-lo", concluiu.

Perfil dos acusados e das vítimas que confessaram ter matado

Os réus


Isabel Cristina Pires da Silveira

Dona de casa - alega sofrer de esquizofrenia
Casada com Jorge Beltrão há mais de 30 anos
Confessou à polícia a morte de oito pessoas
Cozinhava a carne para alimentar o trio e rechear salgados vendidos em Garanhuns
Está na Colônia Penal Feminina de Buíque

Jorge Beltrão Negromonte da Silveira

Faixa preta de karatê, professor de educação física
Confessou a execução de Jéssica e mais duas mulheres
Responsável por cortar a cabeça das vítimas, esquartejar os corpos e retirar as carnes
Escreveu o livro Revelações de um Esquizofrênico, com detalhes dos crimes
Está no Complexo Prisional do Curado

Bruna Cristina de Oliveira da Silva

Na adolescência, conheceu os outros suspeitos e passou a viver com eles
Mantinha relacionamento amoroso com Jorge
Era responsável por levar as vítimas para a residência
Ajudava a imobilizar as mulheres e retirar as carnes dos corpos
Confessou a execução de Jéssica e mais duas mulheres
Está na Colônia Penal Feminina de Buíque

As vítimas oficiais


Olinda
- Jéssica Camila da Silva Pereira, 17 anos
Estava desaparecida desde 2008. Os restos mortais foram encontrados após quatro anos

Garanhuns

- Giselly Helena da Silva, 21 anos, conhecida como "Geisa dos Panfletos"
Estava desaparecida desde o dia 25 de fevereiro de 2012
- Alexandra da Silva Falcão, 20 anos
Estava desaparecida desde o dia 12 de março de 2012

Fonte: Diário de Pernambuco



LEIA TAMBÉM


JÚRI DOS CANIBAIS: Isabel diz que usava grelha para preparar carne humana e que trio pretendia matar outra mulher em Garanhuns

Em depoimento no júri, Jorge Negromonte confessa que matou Jéssica e que comeu carne da vítima

Confira as fotos do julgamento do trio de canibais em Olinda

Bruna é última ré a depor e julgamento de canibais só será retomado na manhã desta sexta (14/11)

Eu estava lá no meio e via tudo, mas não gostava do que fazia, disse Bruna / Fotos: Hélia Scheppa
Eu estava lá no meio e via tudo, mas não gostava do que fazia, disse BrunaFotos: Hélia Scheppa
Tranquila e falando em tom de naturalidade sobre a morte da moradora de rua Jéssica Camila da Silva Pereira, 17, a acusada Bruna Cristina, 28 anos, contradisse, no fim da tarde desta quinta-feira (13), o que foi dito no interrogatório dos outros réus, Jorge Beltrão, 52, e Isabel Cristina, 53. Ao contrário do que eles haviam afirmado, segundo Bruna, a filha de Jéssica, de 1 ano, não viu a mãe sendo morta nem comeu a carne dela. Bruna ainda negou ter assassinado a vítima, mas confessou ter ajudado a segurá-la com Isabel, antes de Jorge desferir a facada no pescoço que a matou.

"Eles traziam as vítimas, não era eu que trazia. Eu estava lá no meio e via tudo, mas não gostava do que fazia. Não me acostumei e queria que aquilo acabasse, mas eu não tinha como fazer aquilo acabar. Hoje, eu me sinto uma pessoa livre, apesar de ser presa", respondeu Jéssica a um dos sete jurados, que pela primeira vez no julgamento indagou um réu.


Durante a sua fala, que durou mais de uma hora, Bruna provocou risadas na plateia, pelo seu jeito de relatar o crime e a convivência com os outros acusados. "Jorge falou que, se matasse, tinha que comer, porque estava na Bíblia. Mas eu revirei a Bíblia de um canto a outro e não tem isso em lugar nenhum", afirmou. Outro momento foi o que a juíza questionou se ela havia feito coxinhas com carne humana e a acusada respondeu: "Está repreendido!", disse. A promotora  Eliane Gaia chegou a pedir que ela tratasse o júri com seriedade.


Questionada, Bruna admitiu que já foi agredida por Jorge (foto)
Jorge Beltrão Negromonte
A acusada contou que o objetivo inicial de Isabel era de sequestrar a filha de Jéssica, um bebê de um ano à época, depois de conhecê-las em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. No entanto, sem conseguir, acabou levando Jéssica para casa e falsificou os documentos usando Bruna, já que as duas tinham idades próximas. De acordo com o relato dela, depois os homicídios aconteceram.

Bruna afirmou ter ficado aterrorizada e arrependida pelos crimes, mas alegou não ter denunciado por amor a Jorge e medo de tornar-se vítima. "Amava muito ele, ele foi meu primeiro homem, meu primeiro namorado", disse.

Bruna ressaltou que Jorge tem problemas mentais, enfatizando o fato de ter ido à perícia do INSS com ele. Porém, acabou admitindo que não. "Do jeito que ele orientou a senhora, a senhora acha que ele é doido?", questionou Eliane Gaia. Após uma pausa, a ré disse que não.


Durante a toda a sua fala, ela colocou a culpa nos outros dois. "Isabel não tinha documento falso, mas em compensação fazia estelionato com o rosto"

"Quem determinou a morte de Jéssica foi Isabel, porque ela (Jéssica) queria sair de casa. Elas duas estavam brigando quando eu e Jorge descemos para ver o que estava acontecendo. A criança [filha de Jéssica] ficou lá em cima. Não viu nada nem os crimes de Garanhuns", disse. O trio é acusado de outras duas outras em Garanhuns e ainda será julgado pelos crimes.

JÚRI É SUSPENSO: JUÍZA, ADVOGADOS E PROMOTORA COMENTAM 1º DIA


A audiência desta quinta foi suspensa  por volta das 19h30min a pedido das partes. “Esse primeiro dia foi muito positivo para o Ministério Público. Houve contradições naturais nos depoimentos dos réus, mas eles confessaram todos os crimes. Eles tinham adotado a linha de não falar nada na audiência anterior, mas hoje resolveram falar e contaram as verdades deles. Tenho confiança na condenação", disse a promotora Elaine Gaia. 

“Hoje foi bom porque Bruna falou a verdade e a tese da defesa é para atenuar a pena por ela estar sendo sincera", disse o advogado dela, Rômulo Lyra. “A avaliação é positiva com a confissão dos acusados, porque a gente não tinha ouvido ainda eles. E amanhã [sexta] vou pedir a retirada de agravantes e uma semi-imputabilidade, o que reduziria a pena de Jorge, pois ele não seria um louco, como diz o laudo, mas tem histórico de esquizofrenia", comentou a defensora pública Tereza Joacy.
“Analisando e somando as informações dos depoimentos de hoje, a defesa está convicta da tese de defesa e a Isabel será inocentada. Vamos usar a tese de coação moral irresistível, que a exime da culpa, pois praticou o crime sob estado de coação, ou seja, não é responsável pelo ilícito", disse o advogado Paulo Sales.

G1/NE10

LEIA TAMBÉM

Confira resumo e depoimentos do 1º dia de júri de trio acusado de canibalismo em Olinda e Garanhuns (destaque para depoimento de uma das acusadas que afirmou que o filme Jogos Mortais perdia para carnificina na casa dos horrores

JÚRI DOS CANIBAIS: Isabel diz que usava grelha para preparar carne humana e que trio pretendia matar outra mulher em Garanhuns

Em depoimento no júri, Jorge Negromonte confessa que matou Jéssica e que comeu carne da vítima

Confira as fotos do julgamento do trio de canibais em Olinda


JÚRI DOS CANIBAIS: Isabel diz que usava grelha para preparar carne humana e que trio pretendia matar outra mulher em Garanhuns

Isabel relatou que uma grelha era usada para preparar a carne da vítima  / Foto: Luiz Pessoa/NE10
Isabel relatou que uma grelha era usada para preparar a carne da vítimaFoto: Luiz Pessoa/NE10
Bastante abalada e visivelmente nervosa, a ré Isabel Cristina Torreão Pires, 53 anos, segunda acusada a prestar depoimento no julgamento dos canibais na tarde desta quinta-feira (13), negou diante do júri que tenha participado do assassinato de Jéssica Camila da Silva Pereira, 17, confessando apenas ter ajudado na ocultação do cadáver. Segundo a acusada, o motivo de participar dos crimes era uma "profunda dependência emocional por Jorge". Isabel, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 28, são acusados de matar, esquartejar e comer a carne da vítima. O crime aconteceu entre maio e junho de 2008. 
"Não participei da morte de Jéssica, apenas ajudei a ocultar o cadáver. Quem esquartejou foi Jorge", relatou à juíza Maria Segunda. Segundo a acusada, a ideia inicial do trio era apenas ficar com a filha da vítima. "Não chamei para nenhum trabalho não. Chamei apenas para ela morar com a gente e para cuidar da criança na nossa casa. Jéssica queria um lar para morar, então eu tive a ideia de levá-la para casa", afirmou a ré, contrariando os depoimentos dados à Polícia Civil na época da descoberta do crime, nos quais o trio afirmou que a jovem havia sido contratada como doméstica. 

Por diversos momentos durante as perguntas feitas pela juíza Maria Segunda, promotora do MPPE (Ministério Público de Pernambuco) Eliane Gaia e pelos advogados de defesa, Isabel afirmou ser dependente emocional de Jorge Beltrão. "Eu tinha muita amizade com ele. Mas também tinha muita independência emocional. Por isso que fazia essas coisas", alegou. A juíza voltou a insistir na questão em vários momentos do interrogatório. "A senhora não teve chance de contar às autoridades?", perguntou Eliane Gaia. "Sim, mas eu nunca conseguia. Eu era muito dependente dele emocionalmente", afirmava a ré, que por diversos momentos parava de falar por nervosismo.
No questionamento feito por Eliane Gaia, divergências nos depoimentos começaram a surgir. Sempre muito incisiva, a promotora afirmou à mais velha do trio que Jorge havia dito em julgamento que quem entregou a faca - objeto usado no assassinato de Jéssica - havia sido Isabel. "Jorge disse que foi a senhora que entregou a faca para ele. Se não foi a senhora, então ele está mentindo? Então ele não te ama, dona Isabel", alegou. Confusa, a ré demorou alguns instantes para responder e terminou por dizer: "Ou então ele não se lembra.

Isabel Cristina também confessou à promotora que a criança havia, sim, comido da carne da própria mãe. Questionada, divagou e disse: "Porque ela já estava lá (na casa) e fazia parte da família". A promotora perguntou ainda como a carne era preparada. "A gente usava uma grelha", afirmou.   
Outra questão levantada foi um suposto abuso sexual sofrido pela menor, acusação prontamente negada pela acusada. "Levamos ela para a médica, que disse que havia uma ruptura. Houve abuso sexual, mas não foi da gente. Ela já tinha passado pela mão de muita gente", alegou. Na época do crime, a menina tinha apenas 1 ano.  
Em todo momento, vítima alegou dependência emocional de Jorge
Em todo momento, vítima alegou dependência emocional de JorgeFoto: Luiz Pessoa/NE10
Entre outros itens debatidos pela promotora, um dos principais foi a suposta insanidade mental de Jorge Beltrão, apontado por diversas vezes como líder do trio. Isabel Cristina, com quem o acusado foi casado por quase 30 anos, relatou em todo o seu interrogatório que o companheiro tinha problemas mentais. "Desde que conheço Jorge que ele tem problemas mentais. Ele sempre teve isso de nervoso, de agitação", afirmou. Eliane Gaia, no entanto, rebateu a acusada: "Ele não é louco, dona Isabel. Nem ele, nem a senhora, nem Bruna. Insanidade não é como sarampo, uma doença que contagia todo mundo".


MAIS UMA VÍTIMA SERIA MORTA EM GARANHUNS

Um fato chamou a atenção no depoimento de Isabel Cristina. Segundo a cobertura do NE 10,  enquanto Jorge Beltrão Negromonte afirmou em seu depoimento que não havia mais mulheres a serem mortas, sua esposa confessou que mais uma vítima seria sacrificada em Garanhuns, caso o trio não tivesse sido preso em abril de 2012. De fato na época da prisão, investigações da Polícia Civil constataram que o trio estava atraindo uma terceira mulher com a falsa promessa de emprego e o plano só não se concretizou, segundo a polícia, porque a vítima havia perdido o ônibus no dia da suposta entrevista. No outro dia ocorreu o desnudamento do caso.  Veja abaixo




JÚRI É SUSPENSO: JUÍZA, ADVOGADOS E PROMOTORA COMENTAM 1º DIA

A audiência desta quinta foi suspensa  por volta das 19h30min a pedido das partes. “Esse primeiro dia foi muito positivo para o Ministério Público. Houve contradições naturais nos depoimentos dos réus, mas eles confessaram todos os crimes. Eles tinham adotado a linha de não falar nada na audiência anterior, mas hoje resolveram falar e contaram as verdades deles. Tenho confiança na condenação", disse a promotora Elaine Gaia. 

“Hoje foi bom porque Bruna falou a verdade e a tese da defesa é para atenuar a pena por ela estar sendo sincera", disse o advogado dela, Rômulo Lyra. “A avaliação é positiva com a confissão dos acusados, porque a gente não tinha ouvido ainda eles. E amanhã [sexta] vou pedir a retirada de agravantes e uma semi-imputabilidade, o que reduziria a pena de Jorge, pois ele não seria um louco, como diz o laudo, mas tem histórico de esquizofrenia", comentou a defensora pública Tereza Joacy.

“Analisando e somando as informações dos depoimentos de hoje, a defesa está convicta da tese de defesa e a Isabel será inocentada. Vamos usar a tese de coação moral irresistível, que a exime da culpa, pois praticou o crime sob estado de coação, ou seja, não é responsável pelo ilícito", disse o advogado Paulo Sales.

Mulher que matou o pai em Saloá é presa em Garanhuns prestes a fugir para SP

Uma mulher de 37 anos foi presa nesta quinta-feira (13) em Garanhuns. Ela é acusada de, no dia 18 de outubro, ter matado um homem de 71 anos, identificado como Roberval Florentino Alves, seu pai. Ele foi assassinado na Rua Getúlio Vargas, centro de Saloá. A prisão ocorreu na casa de um irmão dela no Bairro da Brasília.

A Polícia Civil afirmou que recebera informações de que a suspeita pretendia fugir para São Paulo, inclusive, já estava com passagem comprada. Ainda segundo relatos, ela também teria confessado a autoria do crime a algumas pessoas. Após a prisão a moça foi encaminhada para a cadeia feminina de Buíque.

Entenda o caso
Segundo as informações da Polícia Civil, prestadas na época do crime,  o pai chegou embriagado em casa e, após uma discussão com a filha de 37 anos, foi atingido com golpes mortais de faca-peixeira. Roberval ainda chegou a ser socorrido para o Dom Moura, aqui em Garanhuns, mas não resistiu e morreu.

Vídeo mostra mulher se jogando de 10º andar de prédio no Recife

suicidio 2
Um  vídeo que circula no Whatsapp mostra uma mulher se jogando do décimo andar de prédio no bairro da Madalena, no Recife. Segundo informações dos Bombeiros, o suicídio ocorreu na manhã desta quinta-feira (13/11) no edifício Áuria Bayer, rua Professora Anunciada da Rocha Melo, no referido bairro e as causas são desconhecidas. O vídeo mostra o momento exato em que a mulher pula da varanda.   No quartel do Corpo de Bombeiros, o clima entre os militares era de tristeza já que, apesar de todos os esforços, não conseguiu-se evitar que a mulher pulasse direto para a morte.


suicidio 3

suicidio 5




INACREDITÁVEL

CLIQUE NO LINK ACIMA E LEIA

Em depoimento no júri, Jorge Negromonte confessa que matou Jéssica e que comeu carne da vítima

"Foi um erro muito grave, monstruoso. Me arrependo muito", disse Jorge / Fotos: Luiz Pessoa/NE10
O réu Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52 anos, primeiro acusado a prestar depoimento no julgamento dos canibais, confessou o crime e, pela primeira vez, se disse arrependido do assassinato de Jéssica Camila da Silva Pereira, 17, que aconteceu em 2008. O júri acontece no Fórum de Olinda, na Grande Recife, onde também estão sendo julgados pelo mesmo crime Isabel Cristina Torreão Pires, 53, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 28. Além de matar e esquartejar, eles são acusados de comer a carne da vítima. "Foi um erro muito grave, monstruoso. Me arrependo muito", disse Jorge. Diante do júri, ele ainda confessou o ato de canibalismo, mas afirmou que nunca vendeu salgados como coxinha ou empada com carne das vítimas, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, para onde o trio se mudou após o assassinato. 
O réu não demonstrou nervosismo diante das perguntas
Olhando atentamente para a juíza Maria Segundo e bastante lúcido, o réu disse ainda que foi um momento de extrema fraqueza e brutalidade. Questionado pela magistrada se houve apenas três homicídios, Jorge afirmou que sim. A resposta causou indignação na plateia. O salão do júri está lotado. O delegado Paulo Berenguer, que conduziu o inquérito, afirmou mais cedo, em seu depoimento, que o trio planejava mais assassinatos.
"Esta seita, na realidade, foi algo criado por mim, Bel (Isabel) e Bruna. Há muito tempo eu tinha falado isso com uns amigos para ajudar as pessoas, mas ficou só na vontade. Foi quando eu decidir fazer este trabalho só com as duas", revelou. 
A juíza perguntou se Jorge tinha algo a acrescentar em seu depoimento e ele apenas pediu para fazer uma oração. Com o consentimento, o réu fechou os olhos e pediu perdão a Deus e aos familiares da vítima. 

Quando começou a interrogar Jorge Beltrão, a promotora Eliane Gaia, muito incisiva em suas colocações, questionou: "O senhor lembrou de fazer esta oração agora, mas também lembrou de fazer enquanto matava as vítimas?". O acusado respondeu: "Não. Naquela época, eu estava errado." 
A principal condução dos questionamentos de Eliane foi o ato de canibalismo. "O senhor comeu ou não a carne da vítima?". Jorge se recusou a responder. A promotora insistiu: "Comeu ou não comeu?". O réu respondeu que sim. A promotora trouxe ao discurso a religião do acusado, criador da seita O Cartel, que visaria à purificação do mundo. "Então Deus deve estar bastante chateado com o senhor". "Eu concordo com a senhora", falou.

Questionado se chegou a vender salgados feitos com carne humana, Jorge negou. No entanto, em seu depoimento ao delegado Paulo Berenguer, Isabel Pires afirmou que as coxinhas e empadas eram, sim, produzidas com a carne das vítimas. O réu explicou que ela teria confessado na delegacia porque teve medo de ser agredida. 
Jorge Beltrão confessou ainda que a filha de Jéssica, que ficou com o trio após o crime, assistiu ao assassinato da própria mãe. 

A promotora perguntou ainda: "Em seu livro, o senhor disse que se completasse quatro missões iria para o céu. Mas só completou três. E agora?!". Pela primeira vez, Jorge ficou calado por alguns segundos, e respondeu: "Eu já disse que estou arrependido." 

DEFESA - A estratégia adotada pela defensora pública Tereza Joacy foi provar ao júri que Jorge Beltrão tem problemas psicológicos, negado anteriormente pelo psiquiatra forense Lamartine Hollanda. Tereza questionou sobre as diversas consultas que o réu teria tido com psiquiatras para provar que ele lutava contra seus instintos. "Eu queria saber o que tinha", respondeu Jorge.
Em seguida, o advogado de Isabel Cristina, Paulo Sales, fez questão de livrar sua cliente do esquartejamento, o que foi confirmado por Jorge. "Ela não participou. Só trouxe Jéssica", afirmou. 
Já a defesa de Bruna Cristina perguntou o que ele sentia quando "ceifava" a vítima: "Um grande arrependimento mas tinha lógica", disse. Jorge disse que se elas tivessem se negado a participar dos crimes, eles não teriam acontecido. 
Os advogados de defesa pediram que as rés não fossem ouvidas na presença de Jorge Beltrão. A juíza acatou o pedido. 

VEJA MAIS TRECHOS DO DEPOIMENTO DE JORGE BELTRÃO NEGROMONTE PRESTADO NESTA QUINTA (13/11) CLICANDO AQUI


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...