As mulheres vítimas de violência física, sexual, verbal e psicológica em Garanhuns são em sua grande parte anônimas, como anônimos e invisíveis ficam quase todos os empurrões, pauladas, tapas, mutilações e estupros sofridos por elas. As agressões acontecem, na maioria das vezes, na própria esfera familiar pelas mãos covardes daqueles que deviam protegê-las e amá-las. São Marias, Joaquinas, Renatas, Luzias, Ritas que geralmente não nasceram em berço de ouro e estão nas camadas mais pobres de nossa população. Não é história de faz de conta, nem tampouco sensacionalismo. Está nos autos das Polícias Civil e Militar para quem quiser consultar. Não identificamos se os casos de violência aumentaram ou se as vítimas romperam a barreira do silêncio e estão tendo mais coragem para denunciar, mas o fato é que, quase todos os dias, são registradas ocorrências de violência contra a mulher no nosso município.
Neste 25 de novembro, comemora-se o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, data apropriada para a mobilização, que passa sobretudo por uma reflexão do tema e pela colocação desse problema na agenda política. É preciso dar um basta.
Nesse sentido, em Garanhuns, está sendo realizada hoje (25) uma roda de conversa com o tema “Mulher em Preto e Branco”. O evento, promovido pela Secretaria da Mulher, acontece na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem), localizada na rua Ernesto Dourado, no bairro Heliópolis. Paralelo a esse ato, outros encontros ocorrerão. As mobilizações estão incluídas na programação da Campanha Internacional “16 dias de Ativismo”. A proposta da mobilização é chamar a atenção de todos os países sobre o combate à violência contra a mulher. A campanha, que é realizada desde 1991.
De acordo com Eliane Vilar, secretária da Mulher de Garanhuns, é importante que toda a cidade esteja em uma constante luta pelo combate à violência contra a mulher. Ela tem razão. Não dá mais pra tolerar que, em um país democrático e com uma farta legislação, nossas mulheres continuem sendo agredidas e violentadas, sobretudo dentro de seu próprio lar onde deveriam se sentir seguras.
Romper o silêncio e denunciar ainda é o melhor caminho e isso não deve partir apenas da vítima, mas de qualquer cidadão que tomar conhecimento das agressões. É só procurar qualquer delegacia, a própria defensoria pública, ou ainda discar para o número 180. A ligação gratuita pode ser feita por qualquer telefone - seja ele móvel ou fixo, particular ou público. A ferramenta funciona 24 horas por dia, de segunda a domingo, inclusive feriados. As atendentes são capacitadas e treinadas para receber a denúncia e realizar o atendimento. BASTA.