O Tribunal de Justiça de Pernambuco disponibilizou a decisão judicial da 12ª Vara Criminal da Capital que decretou a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima. A prisão do cantor foi pedida pela Polícia Civil e o mandado foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, titular da 12ª Vara Criminal.
De acordo com os autos, Nivaldo Batista Lima, nome verdadeiro de Gusttavo Lima, foi indiciado no inquérito policial pelo crime de lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Integration, que prendeu Deolane Bezerra e sua mãe
A investigação apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo influenciadores digitais e empresas de apostas esportivas na internet . O nome de Gusttavo Lima surgiu como indiciado já na conclusão do Inquérito Policial. Também teve o pedido de prisão preventiva decretado, Boris Maciel Padilha, proprietário da empresa BMP7 Promotora de Vendas.
Em sua decisão, a juíza destacou que os jogos de azar tem um efeito devastador sobre famílias, atingindo de forma mais cruel a
classe trabalhadora, que se vê presa em ciclos de endividamento e desespero. Essas práticas
corroem o tecido social, fomentando a desigualdade e a destruição de famílias.
De acordo com o inquérito, a BALADA EVENTOS E
PRODUÇÕES LTDA, que tem Gusttavo Lima como sócio, é responsável pela conduta de ocultar valores provenientes dos jogos
ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos, ao receber dela, no dia 25/05/2023,
R$4.947.400,00 e no dia 03/04/2023
R$ 4.819.200,00
O inquérito também diz que a Balada Eventos ocultou a disposição e propriedade de uma Aeronave Cessna Aircraft,
modelo 560XLS, matrícula PR-TEN, ao negociá-la com a empresa J. M. J. Participações , de propriedade do investigado José André da Rocha.
A produtora ainda camuflou, segundo o inquérito, dinheiro da Sports Entretenimento Promoção de Eventos e Pix 365 Soluções Tecnológicas, ao guardar no cofre da empresa R$ 112.309, 5.720 euros, 5.925 libras e U$ 1.005.
“Há, portanto, indícios suficientes da participação dele no crime de lavagem de dinheiro”, concluiu a a juíza Andréa Calado da Cruz na decisão que decretou a prisão do sertanejo.
A juíza ainda disse que Gusttavo Lima teria dado guarida ao casal de foragidos da Operação Integration, José André da
Rocha Neto e Aislla Sabrina Henriques Truta Rocha, donos da Vai de Bet, empresa a qual Gustavo adquiriu 25%.
"Essa
associação ( se referindo à compra de parte da Bet por Gustavo) levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações e a legitimidade dos
vínculos estabelecidos, disse a juíza na decisão.
Em outro trecho a magistrada diz:A riqueza não deve servir como um escudo para a impunidade, nem como um meio de escapar das responsabilidades legais. A aplicação da lei deve ser equânime, assegurando que todos, independentemente de sua posição social ou econômica, respondam por suas ações".
Defesa de Gustavo Lima
Os advogados de Gusttavo Lima ressaltaram que a decisão é injusta e totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor.
"A inocência do artista será devidamente demonstrada, pois acreditamos na justiça brasileira. O cantor GUSTTAVO LIMA jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana",diz a nota.